VENEZUELA

EUA e dez países rejeitam reeleição de Maduro pela Justiça venezuelana

Os Estados Unidos e dez países da América Latina divulgaram nesta sexta-feira (23) um comunicado em que condenam a decisão da Suprema Corte da Venezuela de confirmar a reeleição de Nicolás Maduro no pleito presidencial do país.

Reprodução/Agência Brasil
Reprodução/Agência Brasil

Os Estados Unidos e dez países da América Latina divulgaram nesta sexta-feira (23) um comunicado em que condenam a decisão da Suprema Corte da Venezuela de confirmar a reeleição de Nicolás Maduro no pleito presidencial do país.
“Rechaçamos categoricamente o anúncio do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ)”, diz o texto, assinado por Argentina, Costa Rica, Chile, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai, além dos EUA.
Destes, ao menos Chile e Uruguai tinham se pronunciado nesse mesmo sentido no dia anterior.
A nota conjunta aumenta a pressão para que o Brasil se posicione sobre a decisão da corte venezuelana.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vinha argumentando que só reconheceria ou não a reeleição de Maduro depois que o regime divulgasse as atas eleitorais, documentos que, à semelhança dos boletins de urna brasileiros, permitiriam comprovar a lisura da votação realizada no último dia 28.
Mas o tribunal venezuelano afirmou em sua decisão que os documentos ficarão sob tutela judicial, e não deu nenhuma indicação de que deve publicá-los em algum momento.
Colômbia e México, que tinham assumido a dianteira das negociações da comunidade internacional junto com o Brasil, tampouco assinam o comunicado.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que seu governo seguirá esperando a divulgação da contagem de votos nesta sexta. Questionado sobre a demora do regime para fazer isso, ele disse que respeita as condutas de outros países. Gustavo Petro, seu homólogo colombiano, por sua vez, ainda não se pronunciou.
O trio Brasil, Colômbia e México, cujos governos têm matizes ideológicos semelhantes, havia reforçado no início do mês que cabia ao órgão eleitoral venezuelano, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), aclarar a situação das atas eleitorais, não ao Supremo local, controlado pelo chavismo, como acabou sendo feito pelo regime.