PARAÍSO ESQUECIDO

Do luxo ao esquecimento: A desolação dos Resorts nas Maldivas

Explore as Maldivas e suas incríveis paisagens tropicais, mas cuidado com os resorts abandonados que parecem cenários de filmes de terror.
Explore as Maldivas e suas incríveis paisagens tropicais, mas cuidado com os resorts abandonados que parecem cenários de filmes de terror.

Bangalôs instagramáveis sobre águas cristalinas, areia branca e piscinas de borda infinita. Quando pensamos nas Maldivas, essas são algumas das imagens que logo vêm à mente — e não é por acaso, pois a ilha realmente oferece tudo isso. Porém, em contraste com esse cenário idílico, o lugar também abriga resorts abandonados que mais parecem um cenário de apocalipse, como se fossem as “Maldivas de Chernobyl”.

Um dos resorts em questão foi planejado para ser mais uma opção de sonho para casais em lua de mel, turistas em férias e ensaios fotográficos no sudoeste do Sri Lanka, no Oceano Índico. No entanto, algo deu errado, e o que deveria ser um paraíso acabou se transformando em um ambiente de filme de terror, depois de ser deixado de lado.

De acordo com Kale Brock, um surfista e filmmaker, a construção foi iniciada há 12 anos, mas parou de maneira misteriosa, ficando inacabada. Brock, que descobriu o local durante um retiro de surfe que ele mesmo administrava, conta que, durante suas visitas diárias à ilha, perguntava aos capitães dos barcos sobre o resort, recebendo sempre a resposta de que o lugar estava “fechado” e “abandonado”. Movido pela curiosidade, Brock convenceu seus guias a levá-lo até lá, e sua experiência resultou em um vídeo publicado no seu canal do YouTube, onde revela detalhes curiosos e até assustadores do resort abandonado.

O que mais chama a atenção no esqueleto do resort são os bangalôs sobre águas cristalinas, uma construção típica da região. Porém, antes de chegar a essas estruturas flutuantes, o visitante se depara com o que restou da construção em terra firme. No que deveria ser o salão principal, apenas uma mesa de massagem suja e abandonada, pilhas de vasos sanitários não instalados, caixas que provavelmente contêm banheiras e outros materiais de construção estão amontoados. O que seria uma piscina de frente para o mar agora é um buraco cheio de água da chuva, já criando seu próprio ecossistema. Ao redor, bares abandonados e uma sensação geral de decadência, como brincou Brock: “Mojito ou mosquito?”

Foto: Kale Brock / Reprodução

Mais perto das instalações, um carro e uma caminhonete abandonados completam o cenário, parecendo parte de um filme de zumbis. Na antiga sala do gerador, Brock se sentiu como se estivesse em um parque de dinossauros após o abandono, rodeado por máquinas de caça-fantasmas. A única parte que parece ter sido usada foram as acomodações dos funcionários, que aparentam ter parado no tempo, com tabuleiros de xadrez, travesseiros e camas precárias espalhadas.

Sem eletricidade, Brock e seus amigos usaram lanternas de celular para iluminar o ambiente, o que contribuiu para aumentar a atmosfera sombria do lugar. Para alcançar os bangalôs, o surfista precisou se equilibrar nas tábuas de madeira de uma ponte inacabada, conectando as residências, que, apesar de estruturadas, estão vazias e desabitadas, oferecendo uma visão do que poderia ter sido um jantar à luz de velas.

Outro resort abandonado nas Maldivas é o de Villingillivaru, mais conhecido como Villivaru, que também está sendo engolido pela natureza. Funcionando entre as décadas de 80 e 90, o resort foi inicialmente propriedade do Taj Group, uma empresa indiana, e depois adquirida pelo Sri Lankan Sunland Group antes de ser abandonada. O jornalista e blogueiro Martin Blampied visitou a ilha em 2016 e descreveu o local como um lugar marcado pela corrupção, más administrações e um declínio amargo. Ao contrário do resort visitado por Brock, o local de Villivaru está mais danificado, com pichações, saqueamentos e sinais evidentes de decomposição.

Além disso, uma mesquita estava sendo construída quando o resort foi abandonado. Blampied, que registrou suas impressões sobre a ilha em seu perfil no Medium, compartilhou que o local estava cercado de lixo e sinais de degradação, oferecendo uma visão triste do que um dia foi um paraíso.

Informações do site https://nautica.com.br/