A eleição presidencial dos Estados Unidos deve ser definida entre a candidata democrata, Kamala Harris, e o candidato republicano, Donald Trump. Com o cenário acirrado dessa corrida, o resultado final deve depender das votações nos sete estados-pêndulo.
O pleito americano é baseado no sistema de Colégio Eleitoral, em que o número de votos absolutos do país não é, necessariamente, decisivo. Chega-se a uma decisão a partir do número de delegados do Colégio obtidos pelos candidatos.
Nos 50 estados dos EUA, o número de delegados representantes é definido de acordo com o tamanho da população e sua representação no Congresso. Independente da diferença percentual da votação entre os presidenciáveis, na maioria dos casos, todos os delegados de um estado são destinados àquele que obtiver maior número de votos na região.
Assim, o presidente do país é eleito quando consegue somar pelo menos 270 delegados do Colégio Eleitoral -que é formado por 538 representantes.
Nos sete estados-pêndulo, não há clara tradição democrata ou republicana nas escolhas da população e, portanto, as campanhas batalham especialmente para angariar estes eleitores.
ARIZONA | 11 DELEGADOS
O estado do Arizona teve uma inclinação conservadora ao longo da história. Desde meados do século 20, apoiou o Partido Republicano. Com expressivas mudanças demográficas a partir da década de 1990 -crescimento da população hispânica e urbana em diversas áreas-, o padrão começou a ser desafiado.
Em 2016, o Arizona ajudou a eleger Trump. Por outro lado, em 2020, o estado votou em Joe Biden -o primeiro democrata a vencer desde Bill Clinton, em 1996.
CAROLINA DO NORTE | 16 DELEGADOS
Desde os anos 2000, a Carolina do Norte é um dos principais estados-pêndulo dos EUA. Em geral, a região tendia aos resultados republicanos, que foram menos consistentes a partir de um crescimento de áreas metropolitanas. O eleitorado mais jovem e diversificado tende a inclinar-se para escolhas democratas.
Nas eleições de 2008, Barack Obama foi o primeiro democrata a vencer desde Jimmy Carter, em 1976. Tanto em 2016, quanto em 2020, o estado votou por Trump.
GEÓRGIA | 16 DELEGADOS
O histórico político da Geórgia se assemelha ao do Arizona e da Carolina do Norte. Com tradição republicana, o estado passou a ser mais decisivo a partir de mudanças demográficas nas décadas de 1990 e 2000.
Em 2016, Trump venceu a democrata Hillary Clinton no estado. Já em 2020, Biden venceu por uma vantagem apertada (0,3 ponto percentual), tornando-se o primeiro democrata a vencer desde Bill Clinton, em 1992.
MICHIGAN | 15 DELEGADOS
Michigan é um estado que historicamente se inclinou aos resultados democratas -de 1992 a 2012, somente candidatos do partido venceram na região. Em 2016, no entanto, Trump venceu Hillary por uma vantagem estreita -em número absolutos, cerca de 11 mil votos-, principalmente pela atuação do eleitorado de áreas industriais e rurais.
Na última eleição, em 2020, o Partido Democrata voltou a vencer, com Joe Biden à frente do republicano.
NEVADA | 6 DELEGADOS
Nas últimas décadas, o estado de Nevada foi competitivo, mas desde 2004 a região se inclina ao resultado democrata. Grande parte dessa predominância se deve ao crescimento da população hispânica e mais racialmente diversa. Nos dois últimos pleitos, os candidatos democratas, Hillary e Biden, venceram com uma margem similar (2,4 pontos percentuais).
PENSILVÂNIA | 19 DELEGADOS
A Pensilvânia é o estado-pêndulo com maior número de delegados. Também por isso, a região teve papel decisivo nas últimas eleições. Entre 1990 e 2012, a população votou de maneira consistente por candidatos democratas. Em 2016, no entanto, Trump venceu Hillary com uma estreita margem. No último pleito, Biden voltou a colocar o Partido Democrata no topo do estado.
WISCONSIN | 10 DELEGADOS
O estado de Wisconsin foi tradicionalmente democrata desde 1988. A partir de 2016, no entanto, o Partido Republicano venceu a tendência e elegeu Trump também com uma margem apertada, de 0,7 ponto percentual. Em 2020, também com uma semelhante margem apertada, Biden resgatou o estado e venceu o republicano.
GABRIEL BARNABÉ/SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)