Assessores do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, ofereceram-se para renunciar em massa nesta quarta-feira (3), segundo informações da agência Yonhap, citando o gabinete presidencial como fonte da notícia.
O anúncio foi feito após a Assembleia Nacional derrotar o presidente em sua tentativa de amordaçar a oposição com um decreto de lei marcial que surpreendeu o país asiático nesta terça (3).
O decreto jogou uma das nações mais prósperas do planeta em uma grave crise, com deputados da oposição liderando uma reação legislativa.
Entre os que ofertaram a renúncia estão o chefe de gabinete presidencial, Chung Jin-suk; o conselheiro de Segurança Nacional, Shin Won-sik; e o chefe de gabinete para políticas, Sung Tae-yoon, além de outros assessores presidenciais.
A reação dos deputados ocorreu duas horas após o anúncio do presidente em rede de TV e a mobilização do Exército, que suspendeu liberdades civis e invadiu o prédio da Assembleia Nacional.
Em uma votação unânime de 190 parlamentares (dos quais nenhum do governo), a oposição, majoritária no Congresso, derrubou o decreto, conforme permite a Constituição.
Passadas mais de três horas, Yoon cedeu e suspendeu a medida às 4h30 locais de quarta (16h30 de terça em Brasília). Ele disse que o Comando da Lei Marcial recuou. Logo depois, reuniu-se com seu gabinete, oficializando a medida.
Os militares já haviam deixado o Parlamento, onde haviam protagonizado embates com assessores munidos de extintores de incêndio no fim da noite de terça. Houve invasão de salas, e janelas foram quebradas.
O decreto presidencial provocou protestos de milhares de pessoas, que pediram a prisão de Yoon.
A Confederação dos Sindicatos da Coreia, mais poderosa entidade de trabalhadores do país, convocou uma greve geral nesta quarta (4) para pedir a renúncia do presidente.