Segundo a Reuters, o Boeing 787-8 Dreamliner, com 242 pessoas a bordo — incluindo 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense — disparou um alerta “Mayday” segundos depois da decolagem, indicando situação de perigo iminente.
A chamada foi recebida antes de qualquer outra comunicação, e logo em seguida o avião sumiu dos radares. Esse sinal de emergência é usado em aviação para solicitar auxílio imediato em situações graves, como falha mecânica, fogo a bordo ou outras ameaças críticas.
O alerta de emergência emitido pela tripulação do voo da Air India que caiu na Índia segue os protocolos internacionais definidos pela OACI (Organização da Aviação Civil Internacional). De acordo com essas diretrizes, ao declarar “mayday” — expressão usada globalmente para indicar perigo iminente — o piloto deve informar o prefixo do voo, sua localização, a natureza da emergência e o tipo de assistência necessária.
Existem diferentes níveis de alerta no rádio. Um degrau abaixo do “mayday” está o código “pan-pan” — derivado da palavra francesa panne (falha). Esse chamado é utilizado em situações de urgência que ainda não configuram emergência grave, como uma pane em um dos motores que ainda permite voo controlado, ou um problema médico a bordo com o paciente em condição estável. Tanto “mayday” quanto “pan-pan” devem ser repetidos três vezes, para evitar falhas de interpretação em meio a ruídos ou interferências na comunicação.
Quando um piloto declara “mayday”, os protocolos de emergência são acionados imediatamente. A aeronave recebe prioridade total para pouso e estabelece comunicação exclusiva com a torre de controle. A repetição tripla da palavra serve para assegurar clareza e precisão, especialmente em transmissões de rádio com má qualidade de sinal. Há registros reais em que pilotos alternaram entre “pan-pan” e “mayday” à medida que a situação se agravava.
No caso do voo AI117, o alerta foi transmitido apenas segundos após a decolagem, pouco antes de a aeronave desaparecer dos radares. Esse breve contato pode ser crucial para entender os momentos finais antes da queda. A Air India confirmou que as caixas-pretas já foram localizadas e serão analisadas pelas autoridades competentes.
A aeronave, um Boeing 787-8 Dreamliner, decolou às 4h12 (horário local) do Aeroporto Internacional Chhatrapati Shivaji, em Mumbai, com destino ao Aeroporto de Gatwick, em Londres. O pouso estava previsto para as 9h40, no horário do Reino Unido. A bordo estavam 242 pessoas, incluindo 53 cidadãos britânicos, segundo informações da agência Reuters.
A queda ocorreu em uma área rural nos arredores de Navi Mumbai, no estado de Maharashtra. Equipes de resgate chegaram rapidamente ao local do acidente. As investigações estão em andamento, mas as autoridades ainda não divulgaram a causa exata da tragédia.
Dados do voo e tripulação
- Voo: AI-171, trajetória Ahmedabad → Londres Gatwick
- Decolagem: 13h39 (horário local), pista 23
- Altura registrada antes do crash: cerca de 625 pés (~190 m)
- Pilotos: Capitão Sumeet Sabharwal (8.200 h de voo) e primeiro‑oficial Clive Kundar (1.100 h)
Impacto e vítimas
O avião despencou em área residencial de Meghani Nagar, atingindo um alojamento de estudantes de medicina perto do hospital B.J. Medical College. Mais de 100 corpos já foram removidos, muitos carbonizados, e as equipes suspeitam que não há sobreviventes, incluindo possivelmente moradores do entorno. O comissário G.S. Malik afirmou que a contagem final poderá incluir vítimas civis feridas pelo impacto.
Este é o primeiro acidente fatal envolvendo um Boeing 787 Dreamliner desde sua introdução em 2011. Especialistas notaram que o trem de pouso ainda estava abaixado e os flaps parcialmente retraídos quando a aeronave perdeu altitude — sinais das possíveis causas a serem investigadas .
Próximos passos
A DGCA (Direção Geral de Aviação Civil) da Índia e o departamento aeronáutico estão apurando a caixa-preta e outros dados de voo. O foco inicial das investigações inclui falhas técnicas, operação de decolagem e condições meteorológicas do momento.