A venda de veículos eletrificados registrou forte avanço em 2025 e já provoca impacto direto no consumo de combustíveis fósseis nas principais economias globais.
Na China, líder mundial do setor, 6,9 milhões dos 13,5 milhões de veículos licenciados entre janeiro e junho foram eletrificados, o que representa 51,3% do mercado, contra 41,3% no mesmo período de 2024.
Na Europa (União Europeia, Reino Unido, Noruega, Suíça e Islândia), mesmo com a retirada de subsídios em países como a Alemanha, a participação dos eletrificados subiu de 50,9% para 61,2% nas vendas de veículos leves novos.
Nos Estados Unidos, foram 1,74 milhão de unidades no primeiro semestre, equivalentes a 21,6% do mercado — acima dos 18,4% de 2024. Porém, o aumento das tarifas de importação e a redução de incentivos têm levado montadoras a rever estratégias.
Do total de eletrificados do Brasil, 50% são híbridos
No Brasil, os híbridos dominam. Dos 86,9 mil eletrificados vendidos no semestre, 49,8% são plug-in híbridos (PHEVs), enquanto os veículos a bateria (BEVs) caíram 4,2% na comparação anual, apesar de representarem 35,2% do total. Os eletrificados já respondem por 10,2% das vendas de veículos leves novos, contra 7,4% no ano passado. Em junho, o índice chegou a 10,6%, recorde histórico.
Mesmo em alta, os eletrificados representam apenas 1,1% da frota circulante brasileira, ainda muito atrás dos veículos a combustão Flex Fuel (86,1%). O efeito no consumo, contudo, já aparece: segundo a DATAGRO, o segmento reduziu em 0,4% a demanda de combustíveis do ciclo Otto no país.
Impacto Global e Retração no Consumo
O impacto é mais expressivo em outros mercados. Nos EUA, o consumo de gasolina caiu 2,2% em relação a 2024. Na China, a retração foi ainda maior, de 5,5%, mesmo com o PIB crescendo acima de 5% ao ano.
Apesar do avanço, montadoras demonstram cautela. O aumento de custos e a queda de subsídios levaram empresas a rever investimentos, cortar gastos e até cancelar projetos, temendo um desaquecimento nas vendas nos próximos meses.