
O Japão se prepara para relembrar nesta semana os 80 anos das bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, um dos episódios mais trágicos do fim da Segunda Guerra Mundial, descrito pelo governo japonês como uma “enorme catástrofe que não pode ser esquecida pelas próximas gerações”.
A cerimônia de Hiroshima será realizada na quarta-feira (6) com a presença de representantes de 120 países, incluindo nações com arsenal nuclear como Estados Unidos, Reino Unido e França, além de países fora do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), como Índia e Israel — este último em conflito ativo e com programa nuclear secreto.
Em uma novidade, Palestina e Taiwan, territórios não reconhecidos oficialmente pelo Japão, participarão do evento pela primeira vez. Por outro lado, China, Paquistão e Coreia do Norte estarão ausentes.
O prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, ressaltou o aumento da conscientização internacional sobre o bombardeio, citando que o museu da cidade registrou no ano passado um recorde de 2,26 milhões de visitantes. Matsui reforçou que a cidade pretende compartilhar o “espírito de Hiroshima” para promover a paz, especialmente entre os jovens.
Já Nagasaki se prepara para sua cerimônia no sábado (9), também com uma participação recorde, incluindo a presença da Rússia, que retorna após o início da guerra na Ucrânia em 2022. O prefeito Shiro Suzuki espera que os convidados entendam a brutalidade das armas nucleares.
Histórico das tragédias:
- Na madrugada de 6 de agosto de 1945, a bomba “Little Boy” matou mais de 140 mil pessoas em Hiroshima, destruindo cerca de 70% da cidade.
- Três dias depois, Nagasaki sofreu novo ataque atômico, com pelo menos 74 mil mortos.