Moradores de Novo Progresso estão entre terroristas presos no DF

Por Gerson Nogueira e Carol Menezes

Manifestantes golpistas de Novo Progresso, maior reduto bolsonarista do Estado, estão entre os terroristas presos no Distrito Federal após a participação nos atos terroristas contra as sedes dos Três Poderes, no domingo (8), em Brasília, DF. Da relação divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-DF) consta o nome de Pâmela Luana Missio, dona de uma madeireira no município paraense. O marido dela e cerca de 30 moradores de Novo Progresso também estão presos em Brasília. São pessoas ligadas ao agronegócio e ao setor madeireiro.

CRIMES

A Seap-DF não divulga Estados e cidades dos terroristas presos, por isso é difícil identificar todos os paraenses ou pessoas residentes no Pará recolhidas aos presídios da Papuda e Colméia (feminino). Míssio e esposa Pamela Míssio participaram dos atos de invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília. Como os demais presos, o casal é investigado por crimes como golpe de Estado, roubo, lesão corporal, vandalismo e outros. Ao todo, 1.159 golpistas foram presos, mas 684 foram liberados por “razões humanitárias”, mas continuam sob investigação.

COMISSÃO

Com a instituição da Comissão Permanente para Gerenciamento de Crises do Ministério Público do Pará, o procurador-geral de Justiça César Mattar Jr. designou os promotores Armando Brasil Monteiro e Muller Marques Siqueira para integrarem o colegiado, que foi criado em função dos atos golpistas ocorridos em Brasília no último dia 8 de janeiro. Para ocupar a função de secretário, o procurador indicou o assessor da PGJ, Érik Luiz de Nunes Valente. A designação dos integrantes da comissão terá duração de 80 dias, podendo ser prorrogada por igual período, caso seja necessário.

TERRORISMO

Advogados e juristas alertam para as imensas dificuldades que pessoas presas e denunciadas pelo ataque terrorista em Brasília enfrentarão para tentar limpar seus nomes futuramente. Os indiciados serão enquadrados como terroristas. É provável que, quando a poeira baixar e o arrependimento chegar, muitos irão tentar se livrar desta pecha, mas é improvável que as acusações sejam retiradas, principalmente depois dos julgamentos. Até mesmo o direito à proteção de dados (e ao apagamento) na internet não pode beneficiar pessoas denunciadas por crime tão grave.

SABOTAGEM

Não vive apenas de atos de vandalismo a mobilização golpista no país. Há quem esteja agindo contra o novo governo através da remarcação irregular de preços. Isso ocorre, por exemplo, na Farmácia Popular, que já havia sofrido amplo processo de esvaziamento através de atos do ex-presidente da República. Agora, sem que novos reajustes tenham sido autorizados, vários estabelecimentos aumentaram os preços dos remédios em até 80%, para espanto e indignação dos consumidores, geralmente pessoas de baixa renda. Com a palavra, o Procon e demais órgãos de fiscalização.

INQUÉRITO

A Promotoria Militar vai instaurar inquérito policial militar (IPM) para apurar um episódio de violência em abordagem policial, envolvendo três PMs, filmados durante invasão a uma casa no bairro do Barreiro, em Belém. Um deles é visto dando um chute em um homem já imobilizado. As imagens foram divulgadas na internet e chegaram ao promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, que oficiou à Corregedoria da PM, pedindo o afastamento dos três militares e instaurou notícia de fato sobre o caso na Promotoria Militar para a devida identificação dos envolvidos na agressão.