A paraense Manuela Vitória de Araújo Farias escapou da sentença de morte ao ser flagrada com drogas na Indonésia, país que é rígido contra o crime de tráfico de entorpecentes. A sentença foi divulgada nesta quinta-feira, 8, e a brasileira, de 19 anos, acabou condenada a 11 anos de prisão, além do pagamento de R$ 300 mil, segundo a defesa, que tratou a sentença como ‘milagre’.
O Ministério Público local já havia se posicionado anteriormente à condenação de 12 anos, descartando a prisão perpétua ou a pena de morte, penas severas previstas no país para este tipo de crime.
Manuela está presa desde janeiro deste ano após ser flagrada no aeroporto de Bali com quase três quilos de cocaína. Ela alegou às autoridades do país asiático que foi usada como ‘mula’ de uma organização criminosa de Santa Catarina, onde estava morando, e que lhe havia prometido férias e aulas de surfe na Indonésia se levasse a encomenda. A paraense foi indiciada por tráfico de drogas em 27 de janeiro e desde abril estava sendo julgada.
Ela deve cumprir pena na Indonésia, mas a defesa já adiantou que futuramente irá solicitar a progressão da pena. “Onze anos de prisão, que acredito que pode ser cumprido de 6 a 7. A defesa se sente feliz. O termo usado por mim e pelos outros defensores é milagre”, contou o advogado Davi Lira da Silva, ao site G1 SC.
PUNIÇÃO RÍGIDA
A Indonésia é um dos 33 países no mundo que utilizam pena de morte para pessoas que cometem crimes relacionados às drogas.
Em 2015, dois brasileiros foram executados por fuzilamento na Indonésia por tráfico internacional de drogas. Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, que havia sido preso em 2003, com 13,4kg de cocaína escondidos em uma asa delta, foi executado em janeiro daquele ano.
Já Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, foi morto em maio, 11 anos depois de ter sido preso com 6kg de cocaína em uma prancha de surfe.