O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, solicitou baixa do Exército em meados de agosto de 2025. O pedido, confirmado pela Força, se enquadra na chamada quota compulsória — mecanismo que permite ao militar deixar a ativa antes de completar os 35 anos de serviço, recebendo aposentadoria proporcional ao tempo trabalhado.
Durante a sustentação oral no julgamento da trama golpista, em curso na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Cid alegou que ele “não tem mais condições psicológicas de continuar como militar”. O argumento foi apresentado pelo advogado Jair Alves Pereira, reforçando que a exposição de seu cliente como delator teria provocado abalo emocional profundo.
Atualmente, o pedido está sob análise de uma comissão militar. A decisão final caberá ao Comando do Exército, chefiado pelo general Tomás Paiva. Não há prazo estabelecido para a resposta. Caso seja aceito, Cid será oficialmente aposentado com a patente de tenente-coronel.
Entretanto, o futuro do oficial ainda depende do desfecho de sua situação judicial. Se for condenado a mais de dois anos de prisão pelo STF no processo sobre a tentativa de golpe de Estado, o caso será remetido ao Superior Tribunal Militar (STM). Nesse cenário, Cid corre o risco de perder tanto o posto quanto a patente — punição prevista em lei para militares condenados a penas superiores.
O pedido de afastamento de Mauro Cid, portanto, representa mais um capítulo da crise que envolve não apenas o ex-ajudante de Bolsonaro, mas também as Forças Armadas, em um dos julgamentos mais delicados da história recente do país.