DECLARAÇÃO

Lula diz agradecer por estar vivo: 'Tentativa de envenenar não deu certo'

Presidente Lula fala sobre plano golpista revelado pela Polícia Federal em 2022 e ressalta a importância de desmoralizar governos anteriores.

Foto: Ricardo Stuckert / PR
Presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula (PT) disse nesta quinta-feira (21) que tem que agradecer por estar vivo, após a revelação da Polícia Federal de um plano golpista em 2022 que planejava assassiná-lo.

“Sou um cara que tem que agradecer agora muito mais porque eu estou vivo. A tentativa de envenenar eu e o [Geraldo] Alckmin não deu certo, estamos aqui”, disse.

Lula prosseguiu com recados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado na condição de mentor nas iniciativas golpistas: “Não quero envenenar ninguém, não quero nem perseguir ninguém. Quero é que, quando terminar meu mandato, a gente desmoralize com números aqueles que governaram antes de nós.”

“Quero medir com números quem fez mais escolas nesse pais, quem cuidou mais dos pobres, quem fez mais estrada, mais ponte, mais salario mínimo. Isso que quero medir, isso que conta no resultado da governança”, afirmou.

A declaração foi feita durante cerimônia de divulgação do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de Rodovias, no Palácio do Planalto.

A PF realizou na terça-feira (19) uma operação que prendeu cinco suspeitos de atuar em um plano de golpe de Estado no Brasil, no fim de 2022, que envolveria matar o então presidente eleito, Lula, o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A trama, na avaliação dos investigadores, reforça as provas e os relatos obtidos pela PF sobre a participação de Bolsonaro, de aliados e de militares nas discussões por um golpe que evitasse a posse de Lula.

As informações divulgadas pela PF nesta terça apontam pela primeira vez para um plano operacional de golpe de Estado articulado por integrantes do governo Bolsonaro.
Fases anteriores da investigação já haviam indicado discussões sobre minutas golpistas e pressões para os chefes das Forças Armadas apoiarem uma ruptura institucional.