É preciso dar um desconto à atuação instável e às vezes insegura do Remo de Daniel Paulista, ontem, na estreia do técnico diante do Santa Rosa, colocando em prática um novo sistema após 12 dias de treinos. Ficou evidente que é preciso treinar mais, pois, se a vitória foi obtida sem grandes embaraços, as falhas preocupam em relação à Série B, que começa domingo (6), contra a Ferroviária, em S. Paulo.
O resultado foi muito superior à performance, embora a situação fosse esperada. O Remo saiu do sistema 3-4-3 para um 4-1-4-1 baseado principalmente no esforço de marcação no meio-campo. Apesar disso, com Caio Vinícius estreando na marcação à frente da zaga, o time ficou desprotegido nos primeiros momentos da partida, dando chances ao Santa Rosa.
A primeira investida coube ao Remo, em jogada ensaiada, com Janderson e Pedro Rocha. Aos 8 minutos, em jogada ensaiada, Janderson foi lançado por Alvariño e cruzou na medida para Pedro Rocha, centralizado, finalizar para as redes.
Foi a melhor aparição de Alvariño na partida. Surpresa de Daniel na escalação, o zagueiro-lateral errou muitos passes e não foi bem na marcação, sendo seguidamente superado por PH, o melhor do Santa Rosa. Na etapa final, Kadu entrou, mas em função mais recuada do que normalmente joga.
Depois de abrir o placar, o Remo se acomodou, errando muitos passes e fazendo investidas sem objetividade, principalmente com Pedro Rocha e Ytalo. O jogo era aparentemente tranquilo, mas no final do 1º tempo PH bateu cruzado e Adauto quase alcançou a bola junto à linha fatal.
A marcação, prioridade mais visível das intenções de Daniel na configuração do time, deu sinais de vulnerabilidade em vários embates diretos com Adauto, PH e Ryan, jogadores que mais apareciam no ataque do Santa Rosa.
A torcida chegou a se irritar com os passes errados e os passes forçados. Jaderson até conseguiu ajustar o posicionamento, Caio Vinícius achou espaço entre a zaga e o meio, mas Dodô viveu de lampejos, com várias situações de bolas perdidas na intermediária.
Nos minutos finais, o Remo até fez o segundo gol, com Janderson recebendo bom passe de Pedro Rocha, mas foi flagrado em impedimento.
Para a etapa final, o time evoluiu. Começou pressionando mais e se tranquilizou de vez com o segundo gol, aos 18 minutos, após trama iniciada por Dodô, já bem mais atento ao jogo. Ele iniciou o lance, Janderson cruzou e a bola foi rebatida e voltou para o próprio Dodô mandar no canto esquerdo do gol de Fernando Caixeta.
A partir daí, o confronto perdeu em intensidade e as chances ficaram mais raras. Daniel aproveitou para fazer as trocas, que incluíram Felipe Vizeu, Dener e Guty, mas não lançou Adailton, artilheiro do time na temporada.
Catracas em pane, público sofrendo nos portões
As notas de esclarecimento se tornaram rotineiras nos jogos do Remo no Mangueirão. Ontem, a situação se repetiu. Uma pane no sistema eletrônico da empresa terceirizada, responsável pelo serviço das catracas, deixou uma multidão impedida de entrar antes do jogo começar.
Devido a isso, a segurança do clube teve que abrir os portões e liberar o acesso dos torcedores. Diminuiu o prejuízo de quem tinha bilhetes, mas abriu a chance para a entrada de quem não pagou pelos ingressos.
O problema é que as panes só acontecem nos jogos do Remo no Mangueirão, enquanto outros jogos, até com grande público, acontecem normalmente. Algo estranho acontece com o trabalho da terceirizada contratada pelo clube.
Providências, prometidas pela direção do clube, devem ser tomadas de verdade, pelo bem da própria instituição.
A gloriosa classificação das Águias
O Águia de Marabá conquistou vaga na semifinal do Parazão superando o Bragantino, dentro de Bragança, no sábado à tarde. O favorito era o Tubarão, que fez excelente campanha na fase de classificação, igualando-se em pontos ao líder Remo e ao vice-líder PSC, com 17 pontos.
A classificação veio nos tiros livres da marca do pênalti e o Águia teve como herói o goleiro Axel Lopes, considerado um grande pegador de penalidades. A batalha era árdua, pois até então o Bragantino era o melhor mandante entre as equipes interioranas.
A festa dos marabaenses vai durar pelo menos até amanhã, 01, quando acontece a semifinal diante do PSC no estádio Mangueirão.
Outra Águia, a do Souza, também foi bem sucedida na busca da classificação atuando fora de seus domínios. E a conquista também veio nas penalidades, após um jogo repleto de pênaltis no tempo normal.
A Tuna encarou o Castanhal, no CT Ninho do Japiim, conseguindo sustentar um empate em 3 a 3 nos 90 minutos. Abriu o placar com um penal batido por Edgo. O Japiim igualou aos 44 minutos, em pênalti convertido por Paulo Rangel.
Na etapa final, logo aos 6 minutos, veio a virada castanhalense, com Gabriel Vidal chutando de longe. Cinco minutos depois, mais um pênalti e Tiago Bagagem empatou para a Lusa. O próprio Bagagem virou para 3 a 2. Aí veio outro pênalti para o Japiim. Paulo Rangel cobrou e empatou: 3 a 3.
Na série de penalidades, a Águia Guerreira triunfou, ganhando o direito de disputar a semifinal contra o Remo na próxima quarta-feira, 02.