ANÁLISE

Leão perde apetite em casa 

Com atuação decepcionante, o Remo foi derrotado pela Ferroviária de Araraquara na noite de sexta-feira (01), no Mangueirão, pela 20ª rodada da Série B.

Remo sofre mais uma derrota na Série B - Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará
Remo sofre mais uma derrota na Série B - Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará

Com atuação decepcionante, o Remo foi derrotado pela Ferroviária de Araraquara na noite de sexta-feira (01), no Mangueirão, pela 20ª rodada da Série B, diante de 23 mil torcedores. Foi a pior apresentação dentro de casa, quebrando uma invencibilidade de seis partidas na competição.

Mais que isso: o resultado deixou a torcida em pé de guerra e desconfiada em relação ao potencial do time. Mesmo desgastado fisicamente pelo curto intervalo (66 horas) entre o jogo em Goiânia na segunda-feira e a partida contra a Ferroviária, o time foi excessivamente lento e apático.  

O desenrolar do 1º tempo deu a falsa impressão de que o Remo tinha o controle do jogo. Criou três boas situações no ataque, com Pedro Rocha, Marrony e Matheus Davó, mas não conseguiu reproduzir a mesma movimentação ofensiva do jogo diante do Goiás. Faltou gás e apetite.

A coisa desandou nos minutos finais, quando uma bola longa foi lançada ao ataque da Ferroviária e a zaga parou, esperando a saída pela linha de fundo. Juninho não desistiu, foi atrás e cruzou para o centroavante Ronaldo girar em cima de Kayky e bater para o gol, abrindo o placar.

Veio o intervalo e, para espanto geral, o técnico Antônio Oliveira não mexeu no time. Davó perdeu um gol logo aos 8 minutos e na jogada seguinte, em contra-ataque mortal, a Ferroviária fez o segundo, com Juninho tocando no canto da trave, após passe de Netinho.

O Remo nem iniciou a tentativa de reação e tomou outra pancada: o atacante Pedro Rocha, artilheiro do time e da Série B, cometeu uma falta dura e tomou o segundo cartão amarelo. Se já estava difícil com 11, ficou praticamente impossível reverter a situação com apenas 10 em campo.

Aí começaram as mudanças, nenhuma capaz de sanar a situação. Jaderson, Janderson, Alan Rodriguez, Marcelinho e Caio Vinícius se juntaram à nau sem rumo e a Ferroviária só não ampliou porque não teve ambição.

Resultado ruim para quem busca seguir no pelotão de cima. Com 30 pontos, o Remo pode terminar a rodada em 9º lugar. O questionamento do trabalho de Antônio Oliveira tende a se ampliar, principalmente por não ter compreendido que o time precisava de reposição de peças.

A ausência de Pedro Rocha na próxima rodada, contra o América-MG, em Belo Horizonte, é outro ponto preocupante. Até o início da rodada, o Remo tinha 32,89% de chances de acesso à Série A. O vexame dentro de casa seguramente irá desidratar esse percentual.

Análise Tática e Próximos Passos

Bola na Torre

O programa começa às 22h, na RBATV, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a rodada de abertura do 2º turno da Série B. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Papão quer explorar problemas do Furacão

É inevitável que, ao enfrentar o Athletico-PR, neste domingo (18h30, na Ligga Arena), em Curitiba, o PSC tenha como referência a grande vitória obtida sobre o Coritiba, por 5 a 2. Afinal, são os dois maiores clubes do Paraná, com projetos e investimentos de quem luta pelo acesso.

A lembrança da surpreendente goleada sobre o Coxa é um gancho de motivação, fazendo com que o time de Claudinei Oliveira busque explorar a instabilidade do Athletico, que faz uma campanha abaixo do esperado, ocupando o 12º lugar e sem vencer há quatro rodadas.

Com o mesmo ataque que fulminou a zaga do Coxa, uma das melhores da competição, Claudinei deve manter o desenho tático do time, que vem mostrando capacidade de marcação, segurança defensiva e potência ofensiva desde a 12ª rodada.

Será a estreia dos times no returno da Série B. Apesar da invencibilidade de 8 partidas, o Papão abre o Z4, com 20 pontos, e é apontado como o 3º time com mais chance de rebaixamento, com 46,12 %, à frente apenas do Amazonas (46,71%) e do Botafogo-SP (89,25%).

Análise da Arbitragem

Klaus e o servilismo aos donos da casa

Existem árbitros no Brasil que parecem se sentir até orgulhosos com a (má) fama de “caseiros”. Notabilizam-se pela extrema boa vontade com os times mandantes, principalmente quanto estes têm grandes torcidas, pujança financeira e força política nos bastidores.

Depois de inúmeros casos em que se atrapalhou em jogos de Corinthians e Flamengo, quis o destino que Rafael Klaus fosse escalado para o confronto entre o Fla e o Atlético-MG pela Copa do Brasil, na quinta-feira (31).

Logo aos 7 minutos de bola rolando, Klaus mostrou sua compulsiva mania de distorcer lances e evitar marcações que desagradem a torcida da casa. O lateral rubro-negro Varela botou o braço na bola dentro da área, interceptando um cruzamento do ataque mineiro.

Foi praticamente uma cortada de vôlei, sem disfarces. Klaus, obviamente, não teve dúvida: entendeu o lance como inteiramente normal, apoiado pelo pessoal do VAR. Segue o jogo.

A presepada continuou no dia seguinte, com os canais esportivos fazendo a costumeira ginástica para justificar a não marcação do pênalti contra o Flamengo. Donde se conclui que não apenas árbitros podem ser caseiros. Jornalistas também jogam no mesmo time.