GERSO NOGUEIRA

Leão em estado de graça e Papão entrega a rapadura no final na Série B

Uma cabeçada certeira de Pavani, aos 19 minutos de jogo, deu ao Remo a vitória sobre o Amazonas e a liderança provisória da Série B.

Uma cabeçada certeira de Pavani, aos 19 minutos de jogo, deu ao Remo a vitória sobre o Amazonas e a liderança provisória da Série B.
Uma cabeçada certeira de Pavani, aos 19 minutos de jogo, deu ao Remo a vitória sobre o Amazonas e a liderança provisória da Série B. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Uma cabeçada certeira de Pavani, aos 19 minutos de jogo, deu ao Remo a vitória sobre o Amazonas e a liderança provisória da Série B. Não foi o jogo mais bonito dos azulinos na competição. Acontece que a busca pelo resultado é a prioridade absoluta para o time de Daniel Paulista – e, nesse aspecto, a missão tem sido cumprida com louvor.

O Remo tentou controlar as ações nos primeiros minutos, quase marcou em finalização de Felipe Vizeu. Ele chutou por cima da trave, após ser atingido por um zagueiro. O lance foi ignorado pelo VAR.

O Amazonas reagiu e mostrou que não veio a passeio. Luquinha cruzou para a entrada da área e Alecsandro quase acertou o gol. Logo depois, no rebote de um escanteio, Alyson mandou um chute que passou perto do travessão. O jogo ganhou em emoção e equilíbrio.

Aí veio o lance que decidiu tudo. Aos 19 minutos, Sávio cobrou escanteio e Pavani apareceu entre cinco defensores do Amazonas para escorar de cabeça para o fundo do barbante. Nem precisou pular para acertar a bola.

O gol não abalou os amazonenses. Luquinha voltou a pontificar pela direita, cruzou e Marcelo Rangel espalmou. No escanteio, Jackson cabeceou firme, a bola bateu na trave e voltou para a entrada da área.

Caio Vinícius, destaque em outras partidas, não atuava bem e errava constantemente os passes em velocidade. Jaderson também aparecia em nível abaixo do que normalmente entrega. Pavani era a exceção. Além do gol, era quem mais aparecia no combate direto e nos passes verticais.

Quase ao final da etapa inicial, Janderson repetiu a jogada que tem virado marca registrada do Remo. Avançou pela direita até às proximidades da área e cruzou recuado para o artilheiro Pedro Rocha. O camisa 32 chegou batendo, mas a bola desviou na zaga e foi defendida pelo goleiro Renan.  

Veio o 2º tempo e o panorama não mudou. O Amazonas continuou insistindo com as arrancadas de Luquinha, levando constante perigo à zaga remista. O Remo não conseguia furar o bloqueio à frente da área, mas as coisas poderiam ter melhorado com a expulsão de Alison, aos 11’.

Apesar da vantagem numérica e do incentivo incessante da torcida, o Remo não partiu para resolver o jogo, preferindo optar pela troca de passes, quase sempre improdutiva. Pedro Rocha e Adailton perderam boas chances, mas o desgaste das equipes fez o ritmo diminuir.

Nos acréscimos, o estreante Régis chegou a marcar o segundo gol, mas Ytalo estava impedido e interferiu no lance. A festa, porém, estava garantida nas arquibancadas e nas ruas com a inédita (no atual formato da Série B) conquista da liderança pelo Leão.

Fenômeno dá show e sofre nos portões, de novo

Virou clichê falar dos problemas de acesso ao estádio Mangueirão em jogos do Remo. As críticas se repetem a cada nova rodada e as providências não aparecem. Alguém, pelo visto, está firmemente empenhado em sabotar a presença da torcida azulina.

Apesar dos aperreios, mais de 31 mil pessoas compareceram ao Mangueirão na tarde de sábado, maior público da Série B até o momento. Podia ser maior, pois há dezenas de relatos de pessoas que simplesmente desistiram de assistir o jogo e voltaram da porta do estádio.

A renda superou a casa de R$ 1,2 milhão, rendendo ao Remo um lucro líquido de R$ 859 mil. Poucos clubes na Série B podem se dar ao luxo de contar com uma torcida tão comprometida e fanática. A gestão do clube nos jogos, porém, continua em dívida.  

Papão entrega a rapadura no minuto final

O empate estava quase selado, mas no minuto final a zaga do Papão cochilou e Gabriel Bahia testou para as redes. Foi a primeira vitória do Volta Redonda no campeonato. O PSC amargou a sexta partida sem vitória no campeonato – a nona nesta temporada.

Nem se pode dizer que houve um castigo, pois o jogo desenvolvido pelo Papão ao longo dos 90 minutos em nenhum momento indicou a disposição de perseguir a vitória. Fez dois ataques de maior perigo, um em cada tempo, com Borasi e Marlon, mas a postura foi sempre recuada e medrosa.

O velho problema se repetiu. O meio-campo não cria jogadas e o ataque sofre as consequências. Apenas Borasi se destacou com a raça característica, buscando abrir espaços na base da correria. O esforço solitário não rendeu frutos.

Na meia-cancha, Giovanni era o responsável pela criação, mas o time não mostrou nem lampejos de criatividade. O Volta Redonda, com todas as suas limitações, foi mais organizado e compenetrado no esforço para chegar ao gol. Cresceu de rendimento com Mirandinha (ex-PSC) e Naninho.

A sequência de ataques e gols perdidos pelo Voltaço prenunciava um desfecho ruim para o time de Luizinho Lopes, que se encolhia mais a cada nova chegada do adversário. O gol fez justiça ao time da casa.