GERSON NOGUEIRA

Lambança e constrangimento marcam mais um Campeonato Paraense

Por distração ou amadorismo, os clubes tratam com desleixo os artigos dos regulamentos, levando a penalizações como as que castigam Capitão Poço e Tuna no atual campeonato.

Por distração ou amadorismo, os clubes tratam com desleixo os artigos dos regulamentos, levando a penalizações como as que castigam Capitão Poço e Tuna no atual campeonato.- Foto: Irene Almeida/Diário
Por distração ou amadorismo, os clubes tratam com desleixo os artigos dos regulamentos, levando a penalizações como as que castigam Capitão Poço e Tuna no atual campeonato. Foto: Irene Almeida/Diário

Belém -

Não chega a ser uma novidade no futebol paraense a ocorrência de irregularidades no registro e utilização de atletas. A atual situação de paralisia do Campeonato Estadual já ocorreu pelo menos três vezes desde 2010. Por distração ou amadorismo, os clubes tratam com desleixo os artigos dos regulamentos, levando a penalizações como as que castigam Capitão Poço e Tuna no atual campeonato.

Um pequeno item do regulamento, que proíbe a utilização de jogadores de 20 anos sem vínculo profissional, causou um verdadeiro terremoto no Parazão 2025. Além do alto custo institucional, com o adiamento das quartas de final, há a incerteza quanto à continuação da competição.

Os trâmites exigidos pela Justiça Desportiva podem deixar o certame parado por mais de 20 dias, o que comprometeria o calendário dos clubes na Copa do Brasil e Copa Verde, e até no Brasileiro da Série B, que se inicia em abril.    

O comprometimento da preparação para as competições mais importantes da temporada é apenas um dos aspectos a ser levado em conta. A suspensão imposta pelo TJD torna-se mais problemática ao desgastar a imagem do campeonato, descredibilizado e sabotado pelos próprios clubes.

A qualidade técnica será afetada pela necessidade de arranjar datas para as etapas decisivas, o que pode obrigar Remo e PSC a utilizarem times mesclados para não comprometer a caminhada na Série B.

Há também os danos causados aos patrocinadores – com ênfase na participação do Governo do Estado, principal parceiro e garantidor da sobrevivência do torneio. Os clubes não se mostram preocupados com as graves consequências, que começam pela perda de interesse do torcedor.

O maior constrangimento fica por conta da reincidência em trapalhadas. A lambança se repete há anos sem que os clubes se preocupem em ao menos ler corretamente o regulamento, atitude que revela negligência e pouco caso com o principal produto do futebol regional.

O novo imbróglio pode servir para uma firme tomada de atitude e para a adoção de atitudes saneadoras há muito necessárias, começando pela redução do número de participantes, de 12 para 10 (ou 8) clubes. Isso, porém, já é uma outra história.

Remo ganha tempo de preparação para a Copa BR

O único efeito positivo da súbita paralisação do Campeonato Paraense foi o tempo de preparação que o Remo terá para enfrentar o Criciúma, na terça-feira (11) à noite, em disputa da vaga à 3ª fase da Copa do Brasil, competição que paga os maiores prêmios do futebol brasileiro.

É justamente de olho na premiação de R$ 2,3 milhões e na participação na renda do jogo que o Remo treina há uma semana. Quase todos os titulares estão à disposição do técnico Rodrigo Santana.

Ytalo, goleador do time na Série C, será o centroavante, tendo como parceiros de ataque Pedro Rocha e Dodô (ou Maxwell). Adailton, Janderson e Gabriel Martins são opções para o 2º tempo.

Bola na Torre

O programa começa às 23h, na RBATV, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a crise que causou a paralisação do Campeonato Paraense. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Lágrimas de indignação contra o racismo no futebol

O garoto Luighi, atacante do Palmeiras, foi agredido com insultos racistas por torcedores paraguaios do Cerro Porteño na quinta-feira (6), em jogo da Libertadores Sub-20. Desta vez, a Conmebol não poderá passar pano.

As imagens mostram torcedores xingando Luighi e seus companheiros de time. Um dos animais racistas carregava um bebê no colo. À TV oficial, Luighi cobrou providências e derramou lágrimas de indignação.

Como bem disse o presidente Lula, em mensagem ao jogador, racismo significa o fracasso da humanidade. Até Gianni Infantino se manifestou. Vini Jr., vítima contumaz de neofascistas na Espanha, se solidarizou com Luighi.

Que o crime seja devidamente punido e sirva de lição para racistas do mundo inteiro, inclusive do Brasil, onde muitos criticam as vítimas, alegando provocação aos algozes. O ódio não pode vencer.

Dr. Sócrates é o novo projeto do ganhador do Oscar

Vencedor do Oscar de Filme Internacional com “Ainda Estou Aqui”, o botafoguense Walter Salles já trabalha em novo projeto: a série documental “Sócrates Brasileiro”, que narra a trajetória do Doutor, contando com a participação do craque Raí e de vários amigos do ídolo corintiano.

Paraense de nascimento, Sócrates foi um gigante dos gramados e um ícone da luta pela democracia. Morto em 2011, merecia um registro digno. O documentário de Walter vai apresentar Sócrates às novas gerações.