O meia-atacante Juninho, que encheu os olhos da torcida com a grande atuação no 2º tempo do clássico com a Tuna (na Supercopa Grão Pará), tem tudo para pleitear uma vaga no time titular do PSC neste início de temporada. O grande desafio é convencer a comissão técnica de que é hoje o jogador que reúne as melhores condições de comandar o meio-campo.
É até repetitivo tocar nesse tema, mas o fato é que jogadores nativos têm uma dificuldade a mais para ocupar uma posição nos grandes da capital. Normalmente, acabam relegados a um papel de eternos coadjuvantes, tendo que esperar uma chance quando os jogadores importados sofrem lesões ou cumprem suspensão.
No ano passado, esse cenário ficou bem desenhado. Na fase inicial da Série B, quando o titular Robinho passava mais tempo no departamento médico, Juninho foi utilizado e se saiu muito bem como meia ofensivo da equipe.
Perdeu espaço com a chegada do badalado Cazares, que fez duas partidas razoáveis e depois caiu de rendimento, até ser dispensado. Juninho estava no grupo, entrava sempre bem no decorrer dos jogos, mas nunca mais foi sequer cogitado para ser titular.
Para complicar, faltou a um treino por não ter sido avisado da mudança de horário e local, mas suas explicações caíram no vazio. Logo ele, que sempre foi profissional comprometido, focado e disciplinado.
O novo ano começou e Juninho teve proposta para sair, mas tomou a decisão corajosa (e temerária) de seguir buscando um espaço no PSC, seu time de coração. Futebol não lhe falta, mas não tem padrinhos ou defensores influentes. De natureza tranquila, de poucas palavras, não é de cobrar oportunidade.
Contra as equipes emergentes que disputam o Parazão, seria o melhor momento para que o meia habilidoso e rápido prove utilidade, aproveitando o fato de que os reforços contratados ainda estão em fase de adaptação.
Por isso, a próxima rodada, contra o Águia, em Marabá, surge como a ocasião ideal para Márcio Fernandes lançar Juninho na função que ele tão bem executa, a de armador de jogadas.
Leão surpreende com a contratação de xerife
Com Lucão, Rafael Castro, Alvariño, Reinaldo, Jonilson e Sávio, o Remo parecia bem servido para o setor defensivo, mas eis que a diretoria surpreendeu ontem com o anúncio da contratação do zagueiro William Klaus, de 31 anos. Defendia o Iraklis 1908, da Grécia. Vem para reforçar o time de Rodrigo Santana nas disputas do Parazão, Copa Verde, Copa do Brasil e Brasileiro da Série B.
O Remo teve que disputar Klaus com outros clubes que disputarão a Série B, mas levou a melhor. Pelo investimento, é um jogador que vem para ser titular e provável xerife do setor de defesa, tendo Ivan Alvariño e Lucão como prováveis companheiros de última linha.
Cria do Juventude gaúcho, Klaus passou pelo Internacional, Ceará, Botafogo e Atlético-GO, antes de se transferir para a Bélgica e depois para a Grécia. Suas melhores fases foram como titular do Inter, entre 2017 e 2019, e do Ceará, em 2021/2022. No Botafogo jogou apenas três partidas.
A maneira como o Remo conduziu as tratativas para contratar William Klaus marca também uma nova postura nos bastidores. Para evitar o atravessamento de outros clubes, como foi o caso do chileno Cavalleri, contratado pelo PSC, o cuidado em evitar vazamentos passa a ser regra entre os diretores que cuidam das negociações.
Outros dois jogadores podem ser anunciados em breve. Um lateral esquerdo é a prioridade – o paraguaio Alan Martinez tem sido especulado, mas a diretoria não confirma. Há também o firme interesse em trazer mais um meio-campista.
Copa do Nordeste vai distribuir mais de R$ 50 milhões
O anúncio, pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, de que a Copa do Nordeste 2025 vai distribuir mais de R$ 50 milhões em prêmios encheu de alegria os dirigentes dos clubes da região. Não ficou claro ainda como a verba será destinada aos participantes.
O importante, porém, é que o estímulo financeiro atesta que a Copa está consolidada. Com mudanças no regulamento, reduzindo oito partidas em relação ao ano passado e com nova configuração na transmissão na TV, o torneio deve distribuir R$ 51,4 milhões aos 28 clubes disputantes.
Em sua 22ª edição, a CN finalmente supera a meta nominal da Liga do Nordeste. O interesse despertado pelos jogos do torneio junto ao público é o principal trunfo para a captação dos atuais valores. As rivalidades regionais afloram e, com isso, quem ganha é o torcedor.
Realidade muito diferente do universo cambaleante da Copa Verde, que ainda precisa de uma injeção de recursos e criatividade para finalmente cair no gosto das torcidas. Ao contrário da CN, a competição não tem nem o apelo dos clássicos regionais – o único é o Re-Pa, quando os rivais se enfrentam nas semifinais.