Ernesto Feio Boulhosa nos convida a uma jornada literária que desvenda a alma da floresta e suas gentes, tecendo uma prosa que pulsa com a ancestralidade e o respeito à natureza.
Em seu mais recente livro, Jagarajó, o escritor paraense Ernesto Feio Boulhosa mergulha nas profundezas da memória afetiva e da cultura amazônica para reconstruir, em prosa poética e reflexiva, o universo simbólico da comunidade de Jagarajó, localizada na região do Marajó.
Ao misturar relato autobiográfico, crítica ambiental, crônica de costumes e lirismo regional, Boulhosa, que é membro da Academia Marajoara de Letras, oferece um mosaico afetivo de personagens, paisagens e rituais cotidianos. O livro é um testemunho sensível do pertencimento à terra, evocando o sentimento de saudade, as transformações socioambientais e a relação íntima com a floresta, os rios e os saberes tradicionais. Ao mesmo tempo, é uma denúncia sutil da perda de identidade frente à modernidade e ao abandono das comunidades ribeirinhas.
O memorialista convida os leitores a conhecer as peculiaridades da alma amazônica, resgatando lembranças, paisagens e personagens da comunidade que dá nome ao livro.
Mais do que uma homenagem ao povo marajoara, a obra lança luz sobre temas urgentes como a preservação ambiental, os saberes ancestrais e os impactos da urbanização na vida interiorana. Por meio de narrativas sensíveis, causos, reflexões e poemas, o autor constrói um retrato lírico e crítico do pertencimento caboclo e da floresta como morada simbólica e espiritual.
Jagarajó é leitura obrigatória para quem deseja compreender a Amazônia para além dos clichês e explorar as raízes profundas da identidade nortista, com toda sua beleza, contradições e força cultural.
O autor, por meio de sua obra, nos mostra como a literatura pode ajudar a preservar a memória da Amazônia.
O lançamento oficial do livro será no dia 8 de agosto de 2025, às 19h, na Academia Paraense de Letras, que fica na Rua João Diogo, 235, Cidade Velha, Belém-Pará.
SOBRE O AUTOR:
ERNESTO FEIO BOULHOSA, nascido no Rio da Fábrica, localidade de Ponta de Pedras, no Marajó, é engenheiro agrônomo, professor, escritor e pesquisador. Entre suas obras estão os livros O Pescador, O Vaqueiro, O Menino do Rio da Fábrica, O Retorno, Raimundo Pé de Leque, Negro Nhuca, O Marítimo, Quatrocentos Anos da Paróquia Nossa Senhora da Graça – Catedral de Belém, Quarenta e Cinco Anos de Missão na Casa de Maria, Nas Margens da Baía do Marajó, Raízes Marajoaras e Ver-o-Peso: Lugar de Cheiros, Cores, Sabores e Mandingas. Jagarajó é sua 15ª obra.