GUILHERME BOTACINI
BOA VISTA, SP (FOLHAPRESS) – Os drones lançados neste sábado (13) pelo Irã em direção a Israel chegaram a Jerusalém no início da madrugada, cerca de 20h em Brasília. O sistema de defesa aéreo israelense entrou em ação, e relatos locais falam sobre interceptações dos armamentos.
Sirenes alertando para ataque aéreo soaram em várias cidades do país além de Jerusalém. As Forças de Defesa de Israel afirmam que alertas foram ligados no sul do país, em Shomron, na Cisjordânia ocupada, no área do mar Morto, no norte do país e ma região do Neguev.
Jornalistas da Reuters em Israel disseram ter ouvido estrondos do que a imprensa local identificou como interceptações dos drones. O serviço de ambulâncias israelense afirmou que um menino de 10 anos ficou ferido, mas não deu mais detalhes sobre como o incidente ocorreu.
Ao mesmo tempo, o perfil no X da missão do Irã nas Nações Unidas afirmou que o ataque foi conduzido em legítima defesa após a destruição da embaixada de Teerã em Damasco, na Síria, atribuída a Tel Aviv.
“O assunto pode ser considerado concluído. No entanto, se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa. É um conflito entre Irã e o regime de Israel, do qual os Estados Unidos devem se manter distantes”, escreveu o perfil.
Funcionários de segurança e defesa dos Estados Unidos afirmam, sob anonimato a veículos como o New York Times e o Washington Post, que forças americanas no Oriente Médio também participam da derrubada de drones lançados a Israel.
“De acordo com nosso compromisso firme com a segurança de Israel, forças de Israel na região. Nossas forças continuam a providenciar apoio de defesa e a proteger forças dos EUA”, afirmou um funcionário ao New York Times.
A publicação de Teerã, feita pouco depois do início dos ataques e antes mesmo de os drones chegarem a Jerusalém, e mesmo o fato de que a ofensiva foi prontamente identificada e anunciada pelo regime iraniano, demonstram estratégia que não parece sugerir o desejo de escalar o conflito, mas de mostrar que consegue e está disposta a reagir a ataques e ações que julgue provocativas.
Há, no entanto, incerteza quanto a eventual resposta de Israel e mesmo a ataques adicionais de aliados iranianos que possam aprofundar o conflito maior já vivido pelo Estado judeu na Faixa de Gaza contra o Hamas, aliado do Irã, e espalhá-lo pela região.
“Esta é uma escalada severa e perigosa. Nossas capacidades defensivas e ofensivas estão no mais alto nível de prontidão diante deste ataque em larga escala do Irã”, disse o porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou em comunicado que Teerã não hesitará em tomar novas medidas para salvaguardar seus interesses contra agressões.
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