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Índia poderia superar China como motor global em 2028, diz Bloomberg

Foto: Reprodução/Canva
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NELSON DE SÁ

PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – A Bloomberg Economics, que oferece serviço de pesquisa e previsão macroeconômica para assinantes do terminal financeiro, projetou que a Índia poderia superar a China como motor de crescimento daqui a quatro anos, “se acertar todas as notas econômicas”.
O estudo segue critérios de paridade de poder de compra, métrica que remove distorções causadas por taxas de câmbio, custos de vida diferentes e rendimentos.
Para liderar, a Índia teria que atingir objetivos descritos como ambiciosos em quatro áreas: “construir melhor infraestrutura, ampliar as habilidades e a participação da força de trabalho, construir melhores cidades para alojar esses trabalhadores e atrair mais fábricas”.
Em particular, para impulsionar o setor industrial, cerca de 150 milhões de indianos que ainda trabalham no campo teriam que se deslocar e ocupar empregos em fábricas.
Segundo Abhishek Gupta, economista da Bloomberg Economics, o estudo projeta “mais pessoas participando do mercado de trabalho devido ao setor industrial em rápida expansão; ao aumento da atividade de construção para preencher a lacuna de infraestrutura; e a mais demanda de multinacionais para instalar centros de serviços”.
Acrescenta que “é provável que cada trabalhador também seja mais produtivo, já que os ventos geopolíticos favoráveis permitem um compartilhamento de conhecimento mais rápido dos parceiros ocidentais”.
Se cumprir as quatro tarefas colocadas pela Bloomberg Economics em seu cenário de referência, a economia indiana cresceria a um ritmo de 9% ao ano no final desta década, contra 3,5% indicados pelo relatório para a China.
Num cenário em que são usadas as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para os próximos cinco anos do país, com crescimento anual abaixo de 6,5%, a Índia passaria a China como motor de crescimento em 2037.
No momento, embora esteja atraindo investimento externo, as estradas e a educação de baixa qualidade, entre outros problemas, são considerados obstáculos para as empresas ocidentais entrarem no país, diz o estudo.
A economia de US$ 17,8 trilhões da China ainda está bem à frente dos US$ 3,5 trilhões da Índia. No ano passado, contribuiu com 31% do crescimento mundial, contra 17,5% da Índia, 12% dos EUA e 39,5% do resto do mundo.
No cenário base do relatório, “se a Índia crescer 1% mais rápido ao ano”, entre outras mudanças, em 2028 ela contribuiria com 25,5%, a China com 23,8%, os EUA com 7,7% e o resto com 43,3%.