Helder pontifica em programa eleitoral de Lula

Por Gerson Nogueira e Carol Menezes

O governado.r Helder Barbalho (MDB), reeleito na condição de campeão nacional – obteve 70% dos votos válidos – na eleição deste ano, pontificou ontem no primeiro programa da campanha eleitoral no segundo turno, aparecendo ao lado do ex-presidente Lula citado como o governador mais votado do país. Na fala, abraçado ao candidato petista, Helder falou de sua esperança no futuro do Pará e do país num eventual governo de Lula. Helder já havia se sobressaído na reunião entre Lula e seus principais apoiadores, na quarta-feira, com um dos discursos mais aplaudidos.

ROMARIA

Depois da estranheza pelo longo e ruidoso silêncio, a Arquidiocese de Belém finalmente se manifestou ontem, às 22h, por força da pressão popular por uma explicação razoável acerca da presença de Jair Bolsonaro no Círio Fluvial. Em nota, o arcebispo D. Alberto Taveira garante que não houve convite da Igreja Católica ao presidente e candidato à reeleição, autodenominado evangélico. Bolsonaro estará a bordo de uma corveta da Marinha, mas Taveira observa que cabe ao arcebispo a condução da Imagem Peregrina tanto no embarque quanto no desembarque.

CAMPANHA

A nota menciona o direito de livre participação na romaria, mas o arcebispo assegura que “não desejamos e nem permitimos qualquer utilização de caráter político ou partidário das atividades do Círio”. Nunca na história de 230 anos do Círio um candidato em campanha à Presidência se arvorou a montar palanque na procissão. Nas ruas e nas redes sociais é grande a revolta pela presença de Bolsonaro no Círio fluvial, principalmente pelos boatos de que ele pretende levantar a imagem na chegada ao porto e transformar a romaria em motociata.

REPÚDIO

À Globonews, o governador Helder Barbalho disse que “o Círio de Nazaré é intocável e plural”. Acrescentou esperar que não se tente fazer (com o Círio) “o que tentaram fazer com a Independência do Brasil, a apropriação política. O Círio haverá de resistir a isso”. O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, mostrou-se indignado com a exploração política da procissão. “De forma perversa, tenta-se destruir uma tradição do povo paraense. O Círio não pode ser sequestrado em favor de candidaturas oportunistas. Nenhum político tem direito de usar a fé do nosso povo, jamais”.

PERDA

Causou consternação nos meios culturais paraenses a morte do músico e compositor Rafael Lima, ocorrida ontem à tarde, após parada cardíaca. Ele se recuperava de cirurgia para retirada de um tumor cerebral. Além de cantor de sucesso, Rafael era muito engajado nas causas artísticas e sociais de Belém, atuando também como educador popular. Antes de cair doente, em setembro, ele trabalhava na canção “Pau Torando”, do álbum “Sinal Aberto”, seu novo trabalho que ainda seria lançado. Nas redes sociais, amigos e fãs prestaram homenagens ao cantor.

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