
Estamos de acordo que Dico é o maior goleiro da história do Remo e talvez o melhor do futebol paraense em todos os tempos. Não há discussão possível a respeito deste fato. Foi um reinado absoluto por quase duas décadas, conseguindo ser protagonista de um timaço que tinha feras do nível de Alcino, Bira, Mesquita, Mego e Roberto Diabo Louro.
Uma das grandes exibições de Dico foi em pleno Maracanã, em 1975. A escalação era: Dico; Marinho, Rui, Aderson e Cuca; Elias, Mesquita e Nena; Alcino, Amaral e Caíto (Rodrigues). Uma façanha e tanto. Derrotar o Flamengo foi como uma conquista de título, pois o time de Zico era quase imbatível no Maraca.
Alcino e Mesquita fizeram os gols do Leão, Zico descontou para o Flamengo. Os jornais do Rio foram unânimes em destacar o papel do gigante Dico naquela tarde de 25 de outubro. Uma das manchetes é até hoje recordada pelo ídolo azulino: “Dico 2, Flamengo 1”. O jogo foi transmitido ao vivo pela então TV Marajoara (Rede Tupi).
Humilde, Dico não se concede mérito exclusivo pela vitória que virou página histórica. Alcino, Aderson (jogando de zagueiro), Mesquita e Cuca também tiveram atuações impecáveis também contra Zico, Júnior, Rondinelli & cia.
Antes disso, em 1972, ele havia sido castigado pelo regulamento da revista Placar e deixou de levar a Bola de Prata por ter cumprido somente 21 partidas – 22 era o mínimo exigido. Emerson Leão ficou com o troféu, embora Dico tenha sido superior ao longo do Brasileiro.
Caso fosse premiado, o Remo teria emplacado dois jogadores na seleção do ano, pois Aranha ganhou como o melhor lateral-direito. Aliás, Aranha tinha como reserva na equipe azulina ninguém menos que Nelinho, que depois iria para o Cruzeiro e em seguida para a Seleção Brasileira de 1978.
Relembro essas passagens em reconhecimento à trajetória brilhante de Frederico Chimiti Neto, o Dico, agraciado com o título de Cidadão de Belém pela Câmara Municipal, por iniciativa do vereador Pablo Farah.
Não pude comparecer à entrega da honraria, na sexta-feira (4), mas tive o prazer de bater um dedo de prosa com Dico, antes de sua entrevista ao programa “Conversa com o Leão”, do amigo Paulo Caxiado, na Rádio Clube.
Confirmei a impressão que sempre tive. Falou sobre a longeva carreira, dedicada ao Remo depois de breve passagem pelo Sport Clube Belém. Aliás, quase foi parar do outro lado da Almirante Barroso, mas terminou se encaminhando para o Evandro Almeida. Demonstrou imensa gratidão por Manoel Ribeiro – “um amigo de todas as horas”.
Com simplicidade, recordou a vivência no futebol, treinado por Paulo Amaral e Joubert Meira, e ao lado de figuras como Alcino, Dutra e Rosemiro. Tinha 1,78m, baixa estatura para um goleiro, mas se agigantava embaixo das traves porque treinava muito para aperfeiçoar reflexos e ter um posicionamento perfeito. Um exemplo dentro e fora de campo.
Desfalcado, Papão vai em busca da recuperação
O PSC enfrenta o Vila Nova neste sábado (12), às 18h, em Goiânia. Um duelo que ganhou ares de grande rivalidade nos últimos anos. Foi sobre o Vila que o PSC conquistou a Copa Verde de 2024, metendo 10 a 0 no placar agregado, humilhação que os goianos até hoje não engoliram.
Campeão goiano, o Vila se reforçou para brigar pelo acesso, que andou na mira do clube no ano passado. E um dos nomes de destaque no time é justamente o de João Vieira, ex-jogador do PSC.
Sem Rossi e Nicolas, seus principais atacantes, o Papão busca se recuperar na competição – perdeu na estreia para o Atlético-PR – e o técnico Luizinho Lopes terá que utilizar uma configuração ofensiva diferente: Marlon, Benítez e Borasi (Delvalle).
Com apoio da torcida, Leão quer a primeira vitória
O Remo recebe o América-MG no Mangueirão, domingo, às 16h, com um reforço importante: terá a torcida ao seu lado, normalmente um ponto de apoio fundamental para vitórias da equipe. A partida seria realizada com portões fechados, mas o STJD reverteu a punição, transformando em multa as punições anteriormente impostas por incidentes em jogos na Série C.
O técnico Daniel Paulista tem um sério problema para definir a escalação. Não pode contar com o melhor jogador do time, o meia Jaderson, que saiu lesionado do jogo com a Ferroviária, na primeira rodada.
Para obter a primeira vitória, o Remo deve contar com Dodô na função de Jaderson e repetir o ataque com Janderson, Felipe Vizeu e Pedro Rocha. Os novos contratados – Camutanga, Régis, Luan, Pedro Costa e PH Gama – já estão inscritos no BID, mas dificilmente serão lançados.
Bola na Torre
Giuseppe Tommaso apresenta o programa, a partir das 23h, na RBATV, com a participação de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Em pauta, os resultados da segunda rodada da Série B e a decisão da Copa Grão-Pará. A edição é de Lino Machado.