A Gol Linhas Aéreas anunciou nesta segunda-feira, 14 de outubro, uma proposta de reestruturação societária que poderá resultar na sua saída da bolsa de valores brasileira, encerrando sua trajetória como empresa de capital aberto. A operação, segundo comunicado da companhia, tem o objetivo de simplificar a estrutura do grupo, reorganizar suas participações e reduzir custos administrativos e regulatórios.
O plano prevê a incorporação da própria Gol e da Gol Investment Brasil S.A. (GIB) pela Gol Linhas Aéreas S.A. (GLA), empresa de capital fechado e controlada integralmente pela Gol. A medida, caso aprovada, fará com que os papéis da companhia deixem de ser negociados na B3. “Nos termos do Parecer de Orientação CVM 35, o Conselho de Administração da Companhia aprovou a constituição do comitê independente, formado exclusivamente por conselheiros independentes, para negociar os termos e condições da incorporação e a relação de troca dali decorrente”, informou a empresa em nota oficial.
De acordo com o plano, os investidores terão a opção de deixar a companhia por meio de uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) ou seguir como acionistas da GLA, que passará a ser uma entidade privada controlada pela holding Abra, a mesma que comanda a Avianca. A Abra, que já detinha mais de 50% de participação na aérea brasileira, deverá ampliar sua fatia para 80%. A expectativa é de que todo o processo seja concluído até fevereiro de 2026.
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A proposta vem na esteira de uma capitalização de R$ 12 bilhões concluída em maio deste ano, que converteu créditos de credores em participação acionária. Com a operação, a GIB passou a deter 99,97% das ações ordinárias e 99,22% das preferenciais da Gol, restando apenas 0,78% de papéis em circulação — número abaixo do mínimo exigido pela B3.
Reestruturação Societária e Impacto no Mercado
A Gol já convocou assembleias de acionistas para o dia 4 de novembro, quando será deliberada a incorporação e definida a empresa responsável pelo laudo de avaliação da OPA. A companhia também informou que deixará de divulgar projeções financeiras (guidance) até o encerramento do processo.
A decisão de fechar o capital ocorre menos de um mês após o término das negociações de fusão entre a Abra — controladora da Gol e da Avianca — e a Azul Linhas Aéreas. No mercado, cresce a expectativa de que, após concluir a saída da bolsa brasileira, a Abra opte por abrir capital no exterior, movimento que consolidaria a nova fase de expansão e governança do grupo aéreo.
