Notícias

Gerson Nogueira: Tira-teima em grande estilo

A bola vai rolar no próximo final de semana Foto: Wagner Santana/Diário do Pará
A bola vai rolar no próximo final de semana Foto: Wagner Santana/Diário do Pará

Tira-teima em grande estilo

O clássico deste domingo tinha tudo para ser um mero cumprimento de tabela, pois não representa nenhum interesse direto na classificação do Campeonato Paraense. Válido pela 8ª rodada da primeira fase, o resultado não altera mais a posição dos times, pois o Remo tem vantagem de cinco pontos sobre o PSC, segundo colocado. Apesar disso, o jogo vale muito – por várias razões.

A primeira delas é a data histórica. Será a reinauguração do estádio olímpico estadual Jornalista Edgar Proença, o novo Mangueirão, com capacidade aumentada (deve receber hoje 45 mil espectadores) e melhoramentos que garantem conforto, segurança e acessibilidade.

Em campo, há um desafio em disputa. Os dois confrontos das semifinais da Copa Verde tiveram vitórias do Leão (1 a 0) e do Papão (2 a 1). Por conta disso, a terceira partida é a chance de tirar a limpo quem é o melhor time do momento. Sim, na história da centenária rivalidade só é possível conferir situações de momento, jamais cravar verdades definitivas.

Um ponto diferencia o clássico de hoje dos anteriores. Pela primeira vez, o Remo entra pressionado em função da eliminação na Copa Verde. Nas semifinais do torneio, o Leão entrou sempre tranquilo, cotado pela boa campanha na temporada. O Papão, por seu turno, precisava mostrar serviço, após um período sem vitórias no Parazão e na própria CV.

Tudo mudou depois da segunda semifinal. A virada e posterior classificação nas penalidades garantiram à equipe de Márcio Fernandes um nível de confiança que até então não existia. O torcedor, antes desconfiado, passou a apoiar e festejar os jogadores.

A tensão passou para o lado azulino. Além do abalo natural pelo insucesso diante do rival, o time passou a ser muito questionado, embora só tenha sido derrotado duas vezes neste ano – são 12 vitórias em 14 jogos. O trabalho de Marcelo Cabo, antes incensado, começou a receber críticas.

Não significa que o Remo tenha se tornado um time fraco e inconfiável. Há, porém, a convicção de que é preciso dar uma resposta ao torcedor, ainda inconformado com o fiasco no torneio inter-regional. Nada melhor, portanto, que um Re-Pa para tentar reconquistar prestígio junto à torcida. O Leão defende também um desempenho 100% no Parazão.

Com presença garantida na final da Copa Verde pela sétima vez, o Papão vive um momento de total conexão com seu torcedor, livre de cobranças e queixas. Mais que isso: Márcio Fernandes tem várias alternativas para tornar o time mais forte para enfrentar o Leão. Conta com sete reforços em relação às semifinais da CV.

Edilson, Geovani, Filemon, Luiz Phelipe, Vinícius Leite, Kélvi e Igor Fernandes estão aptos a entrar jogando, embora seja provável que a escalação privilegie o time que derrotou o Remo. No ataque, Márcio mantém a dupla Mário Sérgio-Bruno Alves.

Marcelo Cabo tem opções também para modificar a equipe. No meio, Matheus Galdezani e Álvaro estão cotados para estrear. Lucas Marques é presença certa na lateral-direita. Na frente, Pedro Vítor, Muriqui e Diego Tavares.

Mais que nomes, os dois gigantes do nosso futebol terão que mostrar atitude vencedora, arma fundamental em clássicos. Os jogadores se revezam, os times mudam, mas a mística do Re-Pa não se altera: a vitória sorri quase sempre para quem mais luta por ela.

 

Números do Re-Pa, o clássico mais disputado do Brasil

O pesquisador Jorginho Neves, que acompanha permanentemente a história do clássico-rei da Amazônia, envia à coluna os números atualizados da maior rivalidade que existe no Norte do Brasil.

São 807 clássicos, com 280 vitórias do Leão – 1.024 gols marcados; 275 empates; e 251 vitórias do Papão – 1.014 gols. Há um jogo sem registro de placar.

Bola na Torre

A apresentação é de Guilherme Guerreiro, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. O programa começa às 23h, na RBATV. Em debate, o clássico Re-Pa e a expectativa pelos jogos da Copa do Brasil. A edição é de Lourdes Cezar.

Argentina finalmente lidera o bizarro ranking da Fifa

Demorou um pouco, mas finalmente o ranking da Fifa avaliza o título mundial e põe a Argentina como líder. Os critérios de classificação são tão estapafúrdios que a campeã mundial não aparecia no topo até a semana passada. Pela nova configuração, a vice-campeã mundial França surge em segundo.

O terceiro posto não pertence à Croácia, que ficou na 3ª posição na Copa do Qatar. Quem está ali posicionado é o Brasil, eliminado justamente pelos croatas nas quartas de final do Mundial.

É bom esclarecer que a volta da Argentina à primeira colocação acontece depois de dois amistosos retumbantes – 2 a 0 sobre Panamá e 7 a 0 sobre Curaçao. E o Brasil só perdeu a liderança que tinha desde antes da Copa porque foi derrotado por Marrocos no recente amistoso.

Vai ficando cada vez mais claro que o ranking da Fifa valoriza mais os amistosos inúteis do que os torneios oficiais que patrocina. As demais posições mostram o de sempre: a Bélgica, aquela seleção que nunca venceu nada, em 4º lugar, seguida da Inglaterra, em 5º.