Porta aberta para o sucesso
O título pode até parecer irônico diante dos episódios da noite de quarta-feira, quando aproximadamente quatro mil torcedores foram barrados nas catracas do estádio Jornalista Edgar Proença, mesmo com ingressos na mão. Um problema grave, que afeta a confiabilidade do negócio futebol ao punir o consumidor final. O torcedor é, no fim das contas, quem banca o espetáculo e precisa ser tratado com respeito.
Os deploráveis incidentes registrados antes do jogo Remo x Corinthians devem ser apurados e investigados com rigor, a fim de que não se repitam e permitam ao torcedor frequentar e desfrutar com segurança de um dos mais modernos estádios do Brasil.
A construção de arenas modernas e confortáveis tem estimulado o crescimento de praças que não tinham presença frequente na Série A. Paraná, Ceará e Mato Grosso são exemplos disso.
Clubes destes Estados passaram a se destacar nos embates nacionais cada vez com mais destaque, a partir do momento que a estrutura do futebol passou a ser de primeira linha. Definitivamente, não é uma simples coincidência.
Atlético-PR, Coritiba, Fortaleza, Ceará e Cuiabá trilham um caminho que pode servir de inspiração para os grandes do futebol paraense. O estádio de primeiro mundo, tão reclamado, já existe. Foi reconstruído pelo governo do Estado e entregue oficialmente no domingo passado, 9.
Na quarta-feira, o novo Mangueirão foi apresentado em grande estilo ao Brasil através da transmissão de Remo x Corinthians, pela Copa do Brasil. Todo mundo viu a beleza da construção revitalizada, os efeitos de luz que lembram os espetáculos visuais da última Copa e um futebol de excelente qualidade exibido pelo representante paraense.
Em campo, as coisas funcionaram bem neste começo de reinado do Mangueirão, mas problemas antigos teimam em sobreviver. Pela importância que passou a ter, o estádio tem que ser bem utilizado por clubes e instituições, como instrumento de atração do público, reconhecidamente ávido por bons espetáculos.
A prova inconteste dos benefícios que a arena trará foi o recorde de arrecadação estabelecido pela torcida azulina no jogo contra o Corinthians: R$ R$ 2.958.440,00, com lucro líquido de R$ 2.268.144,46 para o Remo. A tendência é que a dupla Re-Pa, com suas torcidas apaixonadas, lucre muito com rendas desse porte. Isso será possível com a oferta de grandes jogos, como o de anteontem.
Aprender com os erros cometidos na logística de acesso, incluindo entrada de torcedores e rotas de tráfego, é o primeiro passo para que o estádio seja de fato um bem público de utilização satisfatória para todos.
Direto do blog campeão
“Gerson, presenciei na quarta-feira um dos piores jogos de uma equipe do Pará jogando contra um time da Série A. Gostaria de saber dos dirigentes que providências vão tomar a respeito da covardia do nosso elenco e da comissão técnica? Só espero que este esquema não seja o mesmo usado nos jogos fora de casa na Série C, ‘Esquema me mata’”.
Silvio César
All Star Rodas tem atletas convocados para o Mundial
Três atletas do clube paraense All Star Rodas foram convocadas para a seleção feminina que participará do Mundial de Basquete em cadeira de rodas, marcado para junho, em Dubai. Destaques do All Star, Perla Assunção, Vileide Brito e Cleonete Santos foram as atletas selecionadas.
No naipe masculino, o atleta Rildo Saldanha também foi chamado, mostrando a força do trabalho desenvolvido pelo All Star Rodas.
Médio clássico reinou na meiuca azulina nos anos 70
Aderson Lobão, médio-volante que sabia jogar de cabeça erguida e exímio passador, dominou a meia-cancha remista de 1973 a 1979. De perfil longilíneo passadas largas, ia de uma intermediária à outra, com competência e desembaraço. Não faria feio no futebol moderno, tão necessitado de volantes qualificados, capazes de executar bons passes e até lançamentos.
Desde a passagem de Aderson, formado nas divisões do clube, o Remo nunca mais teve um volante do mesmo nível. Além de atuar no meio, quando a função era bem menos voltada para a destruição do que hoje, Aderson também se encaixava na defesa.
Atuou assim, por exemplo, na célebre partida contra o Flamengo, em 1975, quando o Remo de Alcino e Mesquita bateu a esquadra de Zico, no Maracanã. Foi deslocado para a zaga pelo técnico Paulo Amaral em função da ausência de Dutra, lesionado.
O registro é uma forma de corrigir conteúdo da coluna da semana passada, na qual destaquei as atuações de Anderson Uchoa no atual time do Remo. Relembrei vários nomes ilustres – Elias, Agnaldo, Biro-Biro – e acabei omitindo o mais importante volante da história azulina.
Esquecimento imperdoável, que essas mal traçadas buscam reparar.