Queda com direito a vexame
Três gols em oito minutos desmontam qualquer equipe. Com o PSC não foi diferente, ontem à noite, em Maceió. Quando era até melhor na partida, no começo do segundo tempo, o time de Márcio Fernandes sucumbiu a uma sequência de erros defensivos e sofreu três gols entre os 15 e os 23 minutos. Um apagão de oito minutos que significou a eliminação da Copa do Brasil.
O jogo teve momentos diversos no primeiro tempo. O CSA pressionava, variava o repertório em busca do gol, mas não acertava o pé. Gabriel era o articulador, fazia a bola girar pelos lados, com Yann Rolim e Oswaldo.
Foi dos pés de Marlon que surgiu o primeiro lance mais perigoso. Aos 18 minutos, ele desferiu um chute forte que explodiu no poste direito da trave de Marcelo Carné. Assustado com a súbita chegada do Papão, o time alagoano se espertou e passou a fustigar a zaga paraense.
Rodrigo acertou um cabeceio no pé da trave de Elias e, aos 33’, após cobrança de escanteio com Geovane, a bola passou por Gabriel e atravessou a área do PSC. Genílson tentou cortar e acabou dando um passe involuntário para Werley estufar as redes.
CSA aproveita apagão e goleia o Paysandu pela Copa do Brasil
O gol trouxe tranquilidade ao CSA, que seguiu tentando ampliar. Yann chutou colocado quase ao final do primeiro tempo e Elias fez grande defesa. O último lance agudo foi com Marlon, que mandou outro disparo certeiro de fora da área, obrigando o goleiro a espalmar para escanteio.
No intervalo, Márcio Fernandes decidiu mudar a configuração ofensiva. Tirou o volante Bileu e botou Danrlei no ataque, atuando pela direita ao lado de Marcelo Toscano. A mexida funcionou. Por cerca de 10 minutos, o PSC viveu seu melhor momento na partida.
Toscano foi lançado por Ian e bateu na saída do goleiro, que conseguiu evitar o gol. Logo em seguida, Danrlei recebeu na entrada da área e finalizou em cima de Marcelo. Aos 8 minutos, o empate aconteceu: Marlon recebeu passe de Toscano e cruza na medida para Danrlei, livre de marcação pela direita, encobrir o goleiro.
Um golaço que recolocou o PSC no jogo, inclusive no aspecto emocional. Durante alguns minutos, o time conseguiu envolver o CSA com tabelinhas, inversão de jogadas e lances de aproximação junto à área. Atordoada, a defensiva alagoana começou a cometer erros consecutivos.
O momento era todo favorável ao PSC. De repente, após um escanteio cobrado por Igor, a bola foi no centro da área e passou pelo zagueiro Marcão. Bem posicionado, o zagueiro Werley nem saiu do chão para cabecear com estilo e marcar o segundo gol alagoano.
Diante da segunda falha da zaga, o técnico Márcio Fernandes resolveu substituir Marcão por Héverton e a troca se revelou extremamente infeliz. Aos 18’, Felipe Augusto avançou pela esquerda e cruzou rasteiro em direção à área. Em sua primeira intervenção, Héverton falhou bisonhamente e a bola ficou livre para Yann tocar para as redes.
Com a defesa atrapalhada e o meio-campo desfigurado – Ricardinho havia saído para a entrada de Serginho –, o PSC não teve forças para reagir. Pior que isso: deixou de articular jogadas pelo meio a fim de recuperar a serenidade. Aos 23’, novo vacilo e o CSA estabeleceu a goleada.
Lucas Barcelos recebeu passe de Yann, entrou na área e finalizou na saída do goleiro Elias, marcando 4 a 1. Confuso e sem alternativas, o PSC ficou entregue em campo. Logo em seguida, o goleiro saiu tentando jogar com os pés e perdeu a bola para o atacante Rodrigo Rodrigues, que tocou a bola rente ao poste.
O quinto gol não saiu e seria realmente um golpe excessivamente duro para o PSC. Com Henan no ataque, o time não acertou mais nenhuma jogada de perigo e, por precaução, o técnico ainda colocou o volante Christian para fechar mais a marcação à frente dos zagueiros.
Segunda goleada expõe a fragilidade defensiva
Foi a segunda goleada do PSC em pouco mais de uma semana. A primeira, em Castanhal, valeu pelo Campeonato Paraense e terminou com o placar de 4 a 0. O time estava mesclado e o jogo foi disputado em um campo enlameado demais, fato que serviu de atenuante, embora as falhas tenham sido clamorosas.
A derrota de ontem, também por quatro gol, expõe claramente as deficiências de uma defesa que foi pouco testada ao longo do Parazão. Os jogos contra equipes tecnicamente limitadas não permitiram uma avaliação mais realista do setor defensivo do PSC.
A partir de agora, porém, com o retrospecto incômodo de oito gols em duas partidas, Márcio Fernandes terá que repensar a composição da zaga e talvez buscar soluções que não estão no elenco.
Flores e a importância de um articulador
Erick Flores, o principal articulador do Remo quando Felipe Gedoz está fora do time, como agora, já deu a letra. Os gramados têm atrapalhado muito o desenvolvimento do jogo. Refere-se aos três confrontos que o time precisou fazer fora de Belém. Além de atuar em bons campos, ele precisará demonstrar criatividade para fazer a equipe render mais.
O Remo jogou em Parauapebas e derrotou o Itupiranga por 3 a 0, mas empatou em 0 a 0 com Paragominas e Bragantino atuando nas cidades. Volta agora ao estádio Diogão para enfrentar o surpreendente Caeté e precisará ser mais eficiente na transição e nas variações de jogadas.
Flores será o responsável pela movimentação da equipe a partir do meio-campo. Ainda não teve uma grande atuação no campeonato, mas vai desfrutar da chance de mostrar a que veio quando o time mais precisa de organização na meia-cancha.