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Gerson Nogueira: Ao Águia o que é do Águia

Foto: Divulgação
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Ao Águia o que é do Águia

Que Águia é esse que emergiu das cinzas para uma campanha inesperadamente consistente neste começo de temporada? A rigor, ninguém sabe explicar direito. Converso com amigos de Marabá, gente que convive com o clube e seus dirigentes, mas poucos têm como justificar de forma simples para o renascimento do Azulão.

A real é que o futebol nem sempre tem pautas bem desenhadas para enquadrar situações de êxito. Busca-se respostas e argumentos, números, estatísticas, mas o clique decisivo para alcançar a condição vitoriosa passa quase batido para todo mundo.

O engraçado é que explicar fracassos pode ser espantosamente mais fácil. O olhar humano talvez seja mais treinado para detectar o lado negativo das coisas. No caso do Águia, que nos últimos anos passou por uma espécie de inferno astral, todo mundo sabia apontar os erros cometidos.

Agora, desfrutando da condição de segundo colocado no Campeonato Paraense e legítimo candidato à classificação na Copa do Brasil, o desafio de decifrar a esfinge está posto novamente, embora não seja o aspecto mais importante a essa altura.

Pelo que se observa e pelos informes que chegam de Marabá, um dos motores da atual arrancada aguiana é o acerto da gestão. Ao contrário do que ocorria em anos recentes, o clube está administrado com os pés no chão, com elenco homogêneo e pouco dispendioso.

Aliás, uma das marcas do velho Águia foi sempre a descoberta de jogadores bons e baratos (no bom sentido). João Galvão, que treinou o time até 2021, foi responsável direto por esses achados. Revelou jogadores do porte de Aleilson, Keno e Vítor Ferraz.

Outro fator importante foi a aposta no jovem e promissor Mathaus Sodré, ex-auxiliar de Galvão em 2021. Assumiu em dezembro e tem demonstrado competência no comando. Ele começou a trabalhar na base da Portuguesa de Desportos, passou pela China e foi auxiliar do Oeste na Série B 2020.

Com os resultados acontecendo e o coletivo funcionando, as vitórias se acumulam. No Parazão, são quatro triunfos em seis rodadas. Na Copa do Brasil, a classificação para a segunda fase veio na vitória de 2 a 1 sobre o Botafogo-PB. Hoje à noite, o adversário é o Goiás.

A torcida está confiante, esgotou os ingressos num tapa e reaprendeu a se orgulhar do Águia. O cenário não podia ser mais favorável.

Para completar o rol de boas notícias, pertence ao Águia a camisa mais bonita deste começo de 2023 no futebol paraense. Ao azul tradicional, o design adicionou discretas linhas douradas. Um verdadeiro manto.

 

Leão encara o Mundico buscando 10ª vitória seguida

Há um desafio estatístico em jogo, hoje à noite, para o Remo. A equipe de Marcelo Cabo vive a situação privilegiada de brigar pela décima vitória consecutiva na temporada, um recorde que o time não alcança desde 1995. Pode-se dizer que, a esta altura, o maior inimigo é o próprio Remo, refém de números tão positivos que inspiram expectativa – e cobrança.

O São Raimundo roraimense é um adversário que inspira respeito. Eliminou o Cuiabá (Série A) na Copa do Brasil e deu trabalho, fora de casa, ao Botafogo-SP na 2ª fase do torneio.

Marcelo Cabo poupou os titulares na sexta rodada do Parazão. Só Vinícius entrou em campo na vitória sobre o Tapajós, sábado. Outros dois jogadores que estiveram em campo podem ser escalados em Boa Vista: o lateral esquerdo Leonan e o atacante Jean Silva.

Leonan pode entrar no lugar de Raí e Jean pode substituir Pedro Vítor ou Diego Tavares. Nada que mude radicalmente a forma de atuar do time. Por sinal, um dos pilares da fase vitoriosa do Remo é o respeito ao sistema adotado desde os primeiros jogos.

O técnico não abre mão do modelo com três volantes e três atacantes. No meio, a trinca não muda: Anderson Uchoa, Richard Franco e Pablo Roberto. Na frente, além da dúvida quanto a Jean Silva, Fabinho tem lugar confirmado no centro do ataque.

Em tempo: a sequência invicta de 1995 incluiu oito jogos pelo Campeonato Paraense e dois amistosos, segundo o pesquisador Jorginho Neves. A atual fase é toda construída em partidas oficiais, o que naturalmente lhe confere mais peso e credibilidade.

 

Afinal, quem vai parar o Ciborgue norueguês?

O assombroso Erling Haaland voltou a encantar o mundo do futebol. Na goleada acachapante do Manchester City sobre o Leipzig, por 7 a 0, ontem, o jovem artilheiro anotou cinco vezes e jogou muito. Fez um hat-trick no primeiro tempo, marcando dois gols em menos de um minuto.

Concentração máxima, foco total. Assim funciona a máquina norueguesa de fazer gols. Haaland galvanizou a torcida do City na classificação às quartas de final da Liga dos Campeões. Sacado antes do final pelo técnico Pep Guardiola, saiu lamentando, pois iria fazer mais gols.

O centroavante saiu aos 18 minutos do 2º tempo, substituído por Julián Álvarez. No ritmo em que estava, certamente bateria o recorde em cima de Lionel Messi e do brasileiro Luiz Adriano, únicos que também marcaram cinco vezes numa partida da Liga.

Nenhum atacante se equipara hoje em prestígio e eficiência a Haaland, candidatíssimo à condição de novo superastro, capaz de deixar CR7 e Lewandowski para trás nos próximos anos, e Mbappé que se cuide.

Com a camisa do City, Haaland já pulverizou um recorde antigo, de Tommy Johnson (1928-29) que marcou 38 vezes em 39 jogos. O norueguês de 22 anos anotou 39 gols em 36 jogos na atual temporada.