Alexandre Nascimento
A profissão de garçom envolve uma intensa rotina, que começa antes da abertura do estabelecimento ao público. No atual momento da atividade, que tem se expandido com o aumento do mercado gastronômico, os profissionais buscam se qualificar.
Dos 53 anos de vida, Ivanildo Dias dedica 20 deles à profissão de garçom, tempo em que ele observou os avanços da atividade. “Antes a profissão de garçom era como se fosse um bico, sem muitas pretensões. Não que isso não aconteça atualmente, mas aí é decisão da pessoa, mas hoje a profissão está mais formalizada, o que nos dá mais segurança, principalmente pela garantia do emprego”, disse Ivanildo.
Mas a rotina pouco muda na profissão, que envolve a abertura do restaurante antes da chegada dos clientes. “As pessoas pensam que nosso trabalho é apenas atender os pedidos. Mas não, porque temos que chegar cedo e, até antes de nos arrumar, a gente varre a área das mesas, limpamos os recipientes para que os clientes encontrem tudo limpo”, disse Matheus Lima, 26 anos.
Contudo, a atividade dos garçons se concentra de maneira mais intensa no atendimento aos clientes. Nesse contexto, os profissionais precisam exercer educação, respeito, cortesia, entre outras qualidades.
“A gente nunca sabe como os clientes são, por isso temos que manter a seriedade. A partir da nossa abordagem, a gente identifica como o cliente é, mas independente de como ele seja, o padrão de atendimento tem que ser mantido. Mas confesso que é muito melhor atender aquele cliente gente boa, que gosta de saber dos pratos, educado e, por que não, dar uma boa gorjeta”, declarou Williames Nelson, garçom.
A profissão de garçom tem se expandido, sobretudo com a retomada do setor após o período mais crítico da pandemia da Covid-19. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, mais de 170 mil postos foram criados, uma vez que a demanda de restaurantes tem aumentado, o que se torna uma oportunidade de emprego.
QUALIFICAÇÃO
“Estou há apenas 9 meses como garçonete e estou gostando muito. Como trabalho em um restaurante que funciona na Estação das Docas, o principal ponto turístico da cidade, procuro me qualificar como aprender inglês, curso de drinks. Faço isso porque trabalhar em restaurante dá muitas possibilidades, mas depende de quanto nos dedicamos”, disse Paula Velasco, 27 anos.
A qualificação é realmente a palavra de ordem para a profissão de garçom. Belém, por exemplo, que é reconhecida como tendo uma das melhores culinárias do país, entrou na rota de grandes eventos internacionais, como a COP 30, ano que vem, que deve aquecer ainda mais o consumo nos restaurantes.
“Sou garçom há 18 anos e percebo que os restaurantes recebem muitos turistas, inclusive de outros países. Na COP 30 essa realidade será maior, então, quem quiser se manter na profissão precisa se atualizar, aprender o básico dos principais idiomas”, concluiu Márcio Evangelista, 44 anos.