ALERTA DE SAÚDE

Estudante é Diagnosticada com Meningite Meningocócica em Belém e acende alerta

Os estudantes que mantiveram contato com a pessoa contaminada permanecem sob monitoramento por 10 dias.

A Sespa informou ainda que a aluna não reside em Belém e que não houve necessidade de interditar o prédio universitário frequentado por ela.
A Sespa informou ainda que a aluna não reside em Belém e que não houve necessidade de interditar o prédio universitário frequentado por ela.

O caso de meningite meningocócica envolvendo uma estudante da Universidade Federal do Pará (UFPA), confirmado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) acendeu o alerta nas sutoridades de saúde públuca.

Para evitar possível propagação, a Diretoria de Vigilância em Saúde aplicou quimioprofilaxia — profilaxia com antibióticos — aos colegas que tiveram contato próximo com a jovem.

A Sespa informou ainda que a aluna não reside em Belém e que não houve necessidade de interditar o prédio universitário frequentado por ela.

Os estudantes que mantiveram contato com a pessoa contaminada permanecem sob monitoramento por 10 dias e foram instruídos a buscar atendimento médico imediatamente caso apresentem sintomas sugestivos.

A UFPA ainda não havia emitido posicionamento sobre medidas adicionais a serem adotadas.

Meningite: saiba o que é, como se manifesta, tratar e prevenir

O que é meningite?

Meningite é uma inflamação das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal — e pode ser causada por agentes como bactérias, vírus, fungos e parasitas, além de fatores não infecciosos como lesões, reações a medicamentos ou neoplasias.
As formas viral e bacteriana são as mais relevantes para a saúde pública devido à sua frequência e potencial de causar surtos.
No Brasil, a doença é endêmica, com casos ao longo de todo o ano. As meningites bacterianas predominam no outono e inverno, enquanto as virais são mais comuns na primavera e verão.

Entre 2007 e 2020, foram registrados no Brasil cerca de 393 941 casos suspeitos de meningite, com 265 644 confirmações — sendo 121 955 casos virais e 87 993 bacterianos.

Desde 2023, o país adotou o Plano Nacional para Derrotar as Meningites até 2030, com metas ambiciosas: reduzir em 70% as mortes provocadas pela doença e erradicar epidemias bacterianas preveníveis.

Transmissão

Bacteriana: ocorre por meio das vias aéreas, através de gotículas respiratórias ou secreções. Algumas formas podem ser transmitidas via alimentos contaminados.

Viral: dependendo do agente, pode ocorrer por via fecal-oral, contato direto, superfícies contaminadas, ou até por picada de mosquito (no caso de arboviroses).

Fúngica e parasitária: geralmente não transmitem entre pessoas; a infecção ocorre por inalação de esporos ou ingestão de alimentos contaminados.

Sintomas

Meningite bacteriana – mais grave e de evolução rápida. Sintomas incluem febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez no pescoço, náuseas, vômitos, sensibilidade à luz (fotofobia), confusão mental, convulsões, delírio, tremores e até coma.

Meningite viral – costuma ser mais leve, com sintomas iniciais semelhantes: febre, dor de cabeça, rigidez de nuca, mal-estar, náuseas, irritabilidade, sonolência e fotofobia.

Em bebês – os sintomas podem ser menos específicos, como irritabilidade, choro agudo, moleira protuberante, letargia ou alimentação deficiente.

Em casos de meningite meningocócica (bacteriana), pode haver ainda choque séptico com mãos e pés frios, calafrios, dores no corpo, respiração rápida e manchas vermelhas na pele — sinais de alerta que exigem tratamento rápido.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico baseia-se em exames laboratoriais — como análise do líquor (líquido cefalorraquidiano), cultura, bacterioscopia, aglutinação pelo látex e PCR em tempo real. Todos esses exames são disponibilizados pelo SUS.

Meningite bacteriana: requer internação imediata e administração de antibióticos em ambiente hospitalar, além de cuidados de suporte clínico.

Meningite viral: na maioria dos casos, não há indicação de antivirais — o tratamento foca no controle dos sintomas e monitoramento hospitalar.

Fúngica ou parasitária: demanda terapias prolongadas com antifúngicos ou antiparasitários, ajustadas conforme a condição imunológica do paciente.

Prevenção

A principal medida de prevenção é a vacinação, disponível no calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI). As vacinas oferecidas incluem:

Meningocócica C (conjugada)
Pneumocócica 10-valente (conjugada) — protege contra Streptococcus pneumoniae.

Pentavalente — inclui proteção contra Haemophilus influenzae tipo B, além de outras doenças .

Meningocócica ACWY (conjugada) — contra os sorogrupos A, C, W e Y.

No caso da meningocócica B, a vacina está disponível apenas pela rede privada.

Outras práticas importantes de prevenção incluem:

Higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel.

Evitar aglomerações e manter ambientes ventilados.

Não compartilhar objetos pessoais como copos, talheres e pratos.

A notificação imediata de casos suspeitos é obrigatória no Brasil, facilitando o monitoramento e controle epidemiológico.