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Escrever uma boa redação é essencial para o Enem e concursos

Não basta apenas ter o domínio da língua portuguesa, mas é preciso desenvolver técnicas e hábitos para garantir uma nota que possa garantir sua aprovação. Confira o que diz especialista sobre os textos das provas Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Não basta apenas ter o domínio da língua portuguesa, mas é preciso desenvolver técnicas e hábitos para garantir uma nota que possa garantir sua aprovação. Confira o que diz especialista sobre os textos das provas Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Wesley Costa

Escrever uma redação envolvente e pontuada é uma habilidade crucial para o sucesso em exames como o ENEM e nos concursos públicos. A avaliação permite a identificação de habilidades e ideias que candidatos podem ter sobre determinado assunto. Mas não basta somente escrever bem, é preciso adotar técnicas de argumentação que valorizem os textos e ajudem a alcançar pontuações elevadas e, consequentemente, a aprovação nos processos seletivos.

A professora e mestra em estudos linguísticos, Treicy Castro, explica que o mais importante é que o aluno (a) ou candidato (a), tenha o domínio do texto dissertativo argumentativo. “Esse é um texto em que a gente estabelece uma opinião acerca de uma temática. Geralmente, uma problemática da sociedade em que a gente precisa estabelecer um ponto de vista. Essa opinião deve ser crítica e reflexiva. Então o candidato precisa dominar as demandas”, diz.

Durante a escrita, a professora lembra que é importante sustentar a opinião por meio dos argumentos, que seriam as justificativas usadas para defender o ponto de vista, podendo ser chamado ainda de tese. “Esses argumentos precisam estar atrelados a comprovações, ou seja, um bom argumento que se mostra crítico está vinculado a uma comprovação de um dado, de uma pesquisa, um livro ou repertório sócio cultural ideológico que a gente percebe como algo produtivo”, detalha.

A especialista também deu dicas de como os candidatos podem abordar temas complexos. “O ponto de partida é: qual opinião vou assumir neste texto? Depois de entender é ter justificativas que sustentam a opinião demonstrando criticidade, atreladas a demonstração de domínio da norma culta. Ou seja, eu preciso trazer elementos, vocábulos e/ou palavras, que demonstrem essa minha norma culta como, por exemplo, três elementos coesivos, advérbios, conjunções e sinônimos, para não ficar repetindo as palavras-chave ao longo do meu texto, e ter atenção a acentuação e pontuação”, reforça.

INTRODUÇÕES

Treicy Castro também explica como os candidatos podem construir introduções atrativas aos avaliadores. “Quando a gente pensa em uma introdução perfeita, tenho alguns elementos chave para construí-la. O primeiro elemento é a apresentação do tema. Eu preciso de cara, situar o leitor acerca da temática que eu estou dissertando. No passado o Enem trouxe várias palavras-chaves. Então qual seria as palavras que acho mais importantes neste tema? Essas já devem vir lá no início da minha introdução”, destaca. Ainda falando sobre a parte introdutória de uma redação, a professora diz que é interessante também que o aluno use a estratégia de conectar a apresentação do tema em si, com as palavras-chaves.

O tangenciamento de propostas de temas está entre os erros mais comuns cometidos pelos candidatos na hora de escreverem as suas redações, afirma a especialista. “Tangenciar o tema é você ficar à margem da linha da discussão, quando você fala sobre o tema de forma muito superficial. No ano passado, no Enem, por exemplo, houve muito tangenciamento porque as pessoas não focaram na palavra ‘invisibilidade’ ou não focaram na questão do trabalho. Falaram sobre desigualdade de gênero, mas não falaram sobre a relação do trabalho e dessa invisibilidade”, observa.

Entre outros erros comuns também estão os desvios normativos, acentuação, concordância, regência e uso da crase; “Infelizmente, muita gente não sabe usar devidamente o acento grávida e as pontuações. Os erros normativos também estão sempre presentes quando falamos de Enem. Muita gente não detalha a proposta de intervenção social que é uma exigência e obrigatório para você atingir a nota máxima na competência 5 do exame”, revela a professora.