Com áreas de negociações diplomáticas, convivência e hospedagem, a capital paraense será dividida em espaços específicos.
Com áreas de negociações diplomáticas, convivência e hospedagem, a capital paraense será dividida em espaços específicos.

A cidade de Belém está sendo completamente reestruturada para receber a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em novembro de 2025. O evento transformará a capital paraense em um centro global de debates ambientais, com áreas divididas por funções e níveis de acesso — das negociações diplomáticas ao contato direto com o público.

Zona Azul: onde serão tomadas as decisões globais

O epicentro das negociações será a Zona Azul, área de acesso restrito sob responsabilidade da Organização das Nações Unidas (ONU). Localizada dentro do Parque da Cidade, em Belém, a estrutura ocupará cerca de 240 mil metros quadrados, com capacidade para 30 mil pessoas por dia.

Nesse espaço ocorrerão as plenárias oficiais, reuniões de delegações e decisões sobre acordos climáticos internacionais. A Zona Azul abrigará pavilhões nacionais, salas de reunião, centros de imprensa, escritórios diplomáticos e áreas técnicas de segurança e logística, com entrada exclusiva para chefes de Estado, ministros, negociadores, jornalistas credenciados e observadores oficiais.

Zona Verde: a COP aberta à sociedade

Ao redor da área oficial, estará a Zona Verde, que representa a face pública da COP30. Sob coordenação do governo brasileiro, esse espaço será voltado à divulgação científica, exposições, painéis culturais e atividades educativas.

Empresas, universidades, organizações não governamentais (ONGs), povos indígenas e comunidades tradicionais terão estandes e espaços para apresentar projetos de bioeconomia, sustentabilidade e inovação amazônica. A área será montada com pavilhões padronizados e customizados que expressam a diversidade cultural e ambiental do Pará, permitindo o acesso livre ao público, mediante controle de entrada.

Vila dos Líderes e hotéis flutuantes

Além das duas zonas principais, a COP30 contará com estruturas complementares. A Vila dos Líderes, também chamada Vila COP, servirá como hospedagem e centro de reuniões para chefes de Estado e delegações oficiais. Após o evento, o espaço deverá ser transformado em sede administrativa do governo do Pará, consolidando um dos legados permanentes da conferência.

Outro destaque será o uso de navios de cruzeiro atracados no porto de Outeiro, que funcionarão como hotéis flutuantes para delegações e equipes técnicas, ampliando a capacidade hoteleira da capital durante as duas semanas do evento.

Acesso e credenciamento

A Zona Azul será restrita a representantes oficiais, negociadores, observadores, jornalistas e equipes da ONU.
A Zona Verde será aberta ao público, permitindo circulação em exposições e atividades.
Já a Vila dos Líderes e os hotéis flutuantes terão acesso exclusivo para autoridades e equipes de apoio.

Belém como vitrine global da sustentabilidade

Toda a logística da COP30 foi desenhada para transformar Belém em modelo de cidade sustentável e integrada à Amazônia. O plano inclui transporte fluvial e elétrico, gestão ambiental de resíduos, eficiência energética e compensação de emissões de carbono, com o objetivo de fazer da conferência o primeiro grande evento internacional de carbono neutro da região.

Durante o encontro, a capital paraense se tornará um laboratório vivo de soluções sustentáveis, simbolizando o papel estratégico da Amazônia nas decisões sobre o futuro climático do planeta.

Editado por Luiz Octávio Lucas