Os estudantes que farão o Enem 2025 já podem acessar a nova edição da Cartilha do Participante: A Redação do Enem, disponibilizada pelo Inep. O material funciona como guia oficial de correção e reúne exemplos de textos nota 1000, critérios que levam à nota zero e orientações para desenvolver repertório e argumentação.
Em entrevista ao programa Nacional Jovem, o professor de Português e Redação Gabriel Remington destacou pontos em comum das redações máximas e mapeou erros frequentes: falta de coerência entre tese e argumentos, articulação precária de ideias e proposta de intervenção incompleta.
A cartilha organiza a correção em cinco competências. Na Competência 1, o foco é o domínio da norma-padrão, sem desvios gramaticais que comprometam a compreensão. A Competência 2 exige leitura correta da proposta e uso de repertórios socioculturais pertinentes e produtivos para sustentar a tese. A Competência 3 avalia a seleção e organização de informações e argumentos; a 4, os mecanismos linguísticos de coesão e progressão textual; e a 5, a proposta de intervenção prática, detalhada e compatível com os direitos humanos, com agente, ação, modo/meio, finalidade e, quando couber, tempo e efeito esperado.
Roteiro de Preparação para o Enem
Para alcançar alto desempenho, especialistas recomendam um roteiro de preparação simples e consistente. Primeiro, ler diariamente notícias de fontes confiáveis e conteúdos de cultura geral (livros, filmes, séries) para ampliar repertório e relacioná-lo a possíveis temas. Segundo, estudar redações nota 1000 para observar estrutura, uso de conectores, exemplificação e intervenção. Terceiro, praticar com regularidade — pelo menos uma redação por semana — simulando as condições da prova, do rascunho à versão final, cronometrando o tempo e revisando os principais desvios. Por fim, buscar correção qualificada com retorno por competência para identificar padrões de erro e acompanhar a evolução.
A estrutura recomendada segue o formato dissertativo-argumentativo. Na introdução, contextualize o tema e apresente a tese com clareza. No desenvolvimento, distribua argumentos em parágrafos autônomos, articulando dados, exemplos e referências históricas ou conceituais, sempre explicando por que eles comprovam sua tese. Na conclusão, entregue uma proposta de intervenção completa e exequível, conectada ao que foi discutido, indicando quem faz o quê, como, para quê e com que efeito esperado.
Competências Essenciais e Checklist Final
Além do estudo dirigido, o treino consciente de coesão é determinante para a Competência 4. Varie conectores (causa, consequência, oposição, adição, finalidade), evite repetição vocabular e mantenha progressão lógica entre frases e parágrafos. Para a Competência 2, priorize repertórios legítimos e pertinentes — evite citações genéricas sem função argumentativa. Já na Competência 5, fuja de propostas vagas: detalhe o agente (por exemplo, MEC, secretarias estaduais, escolas, ONGs, plataformas digitais), a ação (campanhas, mutirões, formações, protocolos), o meio (parcerias, editais, tecnologias, mídia), a finalidade (impacto social mensurável) e o efeito esperado (redução, aumento, mitigação).
Como checklist final de revisão, confirme: tese explícita e coerente; dois ou três argumentos bem desenvolvidos; conectores variados; repertórios pertinentes e autorais; intervenção completa e alinhada aos direitos humanos; ortografia, acentuação e pontuação revisadas; letra legível e limites de linhas respeitados.
Para quem está na reta final, a orientação é combinar leitura diária, prática semanal com correção e estudo dirigido da cartilha. Esse trio aumenta a chance de superar 900 pontos e disputar a nota 1000 — que, somada às demais provas, pesa decisivamente nos processos seletivos do Sisu, Prouni e Fies.
Editado por Luiz Octávio Lucas