A Ilha do Combu foi bastante procurada por quem ficou em Belém. Fotos: Antonio Melo

O fim de semana do feriado prolongado foi de intenso movimento na Ilha do Combu, em Belém. No sábado, a reportagem do Diário visitou dois restaurantes que registraram grande fluxo de visitantes. O primeiro foi o Casa Combu, localizado no início da ilha e com vista para a capital. O espaço tem como foco atrair pessoas que buscam tranquilidade e um ambiente familiar. Luiz Saboia, proprietário do empreendimento, destacou o bom desempenho durante o feriado. “Ontem, tivemos nossos quatro chalés ocupados. Hoje, novamente, os quatro chalés estão ocupados. O negócio está promissor”, afirmou.

Saboia também observou um aumento no número de turistas de outros estados e do exterior, atribuindo o movimento aos eventos internacionais que Belém começa a receber. “É uma janela de oportunidades que o empresário não pode desperdiçar. Estamos ampliando nossa estrutura, aumentando a quantidade de chalés. Além disso, planejamos abrir todos os dias da semana no início do próximo ano. Por enquanto, funcionamos apenas aos sábados, domingos e feriados, mas vamos mudar isso”, revelou.

Entre os visitantes, estavam Marlene Oliveira, 50, e sua filha Isabel Brandão, 30, naturais do Rio de Janeiro. Marlene trouxe Isabel pela primeira vez à cidade natal do pai da jovem, que nasceu em Belém.

“Estive aqui há 40 anos, em uma feira de informática. Foi onde conheci meu marido. Decidi fazer uma viagem de revival para visitar lugares que conheci há muito tempo. Belém era uma dessas cidades, que minha filha ainda não conhecia”, contou Marlene.

Já Isabel destacou o contato com a natureza e a culinária local. “É a primeira vez que venho a um estado do Norte. Estava curiosa para provar a gastronomia regional. Foi uma das razões para virmos até aqui. Queria conhecer coisas que não vejo com tanta frequência no Rio”, explicou.

Outro ponto visitado pela reportagem foi o Saudosa Maloca, restaurante mais antigo e pioneiro na ilha. Prazeres Quaresma, 56, proprietária do espaço, afirmou que o movimento de turistas de várias regiões do mundo e Brasil têm aumentado, impulsionado pelas prévias da COP-30. “Já recebemos delegações de Portugal, Alemanha, Espanha e Suíça. O que mais chama atenção aqui não é o fato de termos 42 anos de história, mas o tratamento diferenciado que damos aos resíduos gerados no local. Isso atrai os visitantes”, destacou.

No sábado (16), o restaurante atendeu um grupo de 13 turistas de diferentes estados brasileiros. Já no domingo (17), um novo grupo chegou a 60 pessoas. Ambos participaram de uma imersão na cadeia produtiva do açaí e na compostagem, já que o Saudosa Maloca mantém uma usina de reaproveitamento de materiais biológicos para produção de energia.

“O cliente vivencia toda a cadeia produtiva do açaí. Levamos os visitantes até a floresta para conhecer o ecossistema de várzea, mostramos as palmeiras e, depois, retornamos ao restaurante, onde mostramos o cacho e o alguidar, que era usado para preparar o açaí antes da energia elétrica. Finalizamos com uma degustação. A procura tem sido grande, mas limitamos as vagas para oferecer uma experiência mais personalizada”, explicou Quaresma.

Entre os turistas, Djaílson Cordeiro, 57, natural de Recife (PE) e oficial formado pela Marinha Mercante, reuniu um grupo de amigos para conhecer Belém. Ele destacou a receptividade dos paraenses como um diferencial. “Trabalho com turismo e percebo que o pessoal daqui está cada vez mais aprimorado e especializado em encantar os visitantes. O Pará tem muito a oferecer”, afirmou.

Por Pedro Valdez

Assuntos