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Dez filmes para celebrar o legado de Bruce Willis

Quando você pensa em Bruce Willis, a imagem de John McClane, em “Duro de Matar”, provavelmente saindo de uma explosão no fundo da cena, se forma imediatamente. Mas apenas por alguns segundos. Logo a névoa se dissipa e surge outro personagem marcante. E outro, e outro… Os de revólver na mão são os mais frequentes. Ao mesmo tempo, como não lembrar do bom humor, do riso fácil que o timing cômico do astro proporcionou inúmeras vezes?

Esse carisma gigantesco de Willis foi descoberto tardiamente na série clássica “A gata e o rato”. Ele já tinha 30 anos quando a estrelou e conquistou público e crítica com seu charme e talento. Em uma folga nas gravações, quando sua parceira de cena, Cybill Shepherd, engravidou, invadiu Hollywood metendo os dois pés na porta como o policial que, sozinho, tentava salvar sua esposa e seus colegas de trabalho de um grupo de terroristas fortemente armado que tomou um prédio na noite de Natal.

A partir daí, o nome de Bruce Willis nos créditos tornou-se sinônimo de sucesso. Que carreira ele construiu… Filmes que marcaram gerações, viraram referências na cultura pop e até mesmo uns que podem não ser um primor, mas estão guardados na memória afetiva de muita gente. Por isso, quando a família do ator divulgou o seu diagnóstico de demência frontotemporal, há pouco mais de uma semana, a notícia deixou o mundo todo incrédulo.

Bruce Willis não é só um ator, ele faz parte da nossa vida, é como aquele amigo que podemos até não ver com tanta frequência, mas sabemos que está ali, sempre pronto para nos ajudar a distrair a cabeça dos problemas, basta dar o play. Nos importamos com ele, queremos bem. Saber que ele está com uma doença tão debilitante parte o coração. Os relatos de pessoas que convivem, de fato, com ele, exaltam a sua gentileza, a sua humanidade e alegria de viver. Em tempos de ídolos de barro, é bom admirar a quem realmente merece.

Que Bruce e sua família tenham serenidade para lidar com a tristeza, danos e desconfortos que a nova condição acarreta. O carinho de todos nós ele já tem e nunca vai perder. Para celebrar a sua carreira, confira abaixo dez produções com o ator que considero suas melhores aparições. É uma lista cujo principal critério é subjetivo: minha experiência pessoal com Bruce Willis, sem ordem de importância ou qualidade. Tem um filme ou série diferente? Vá em frente. Tudo vale a pena. Confira:

  • Duro de matar (1988): é o seu maior clássico e com o personagem mais icônico. Tira de cena o herói indestrutível e coloca em seu lugar um homem comum, que demonstra suas fragilidades, que sangra. Um filme que redefiniu o cinema de ação e provou que um exemplar do gênero também pode ser um filme de Natal. Onde ver: Star+.

  • Pulp Fiction (1994): Willis interpreta Butch Coolidge, um boxeador que se transforma em alvo da máfia depois de vencer uma luta que deveria perder. Estar nesse fenômeno cultural de Quentin Tarantino elevou o nível do ator na indústria do cinema. O filme cruza diferentes histórias de forma não-linear, com diálogos arrebatadores e violência exacerbada. Onde ver: Globoplay, Now (para alugar), Microsoft (para alugar), Claro Video (para alugar), Apple TV (para alugar), Amazon (para alugar) e Google Play (para alugar).

  • Looper (2012): nesse thriller de ficção científica, Joe (Joseph Gordon-Levitt) é um Looper, nome dado a assassinos da máfia que usam viagem no tempo para eliminar pessoas. Um dia, ele recebe a ordem de matar uma versão mais velha de si mesmo (Willis). O filme trabalha bem seus conceitos, é instigante e traz um ar de originalidade à filmografia de Bruce. Onde ver: HBO Max e Google Play (para alugar).

  • Duas vidas (2000): versão Bruce Willis para a família. Um daqueles filmes cativantes, bonitinhos, de te deixar com um sorriso no rosto e coração quentinho. Willis é um empresário bem-sucedido, mas com a vida pessoal em frangalhos. Quando ele encontra a si mesmo aos 8 anos de idade, tudo pode mudar. Onde ver: Disney+.

  • O sexto sentido (1999): bom, o encontro anterior de Willis com um garoto de 8 anos não foi lá tão fofinho assim. Ele interpreta um psicólogo infantil que se debruça sobre o caso de Cole, que vive com um medo inexplicável e lhe lembra um antigo paciente. Considero o ponto alto da carreira de Bruce Willis, uma atuação de extrema sensibilidade, que transmite frustração e medo nos gestos contidos, no olhar… Aterrorizante e tocante ao mesmo tempo. Onde ver: Star+.

  • Planeta Terror (2007): a participação do Bruce Willis aqui é pequena, mas não podia deixar de ter um filme de zumbis nessa lista. Parte do projeto Grindhouse – homenagem àquelas sessões duplas dos anos 1970 de filmes de baixo orçamento que compensavam com muita criatividade – de Quentin Tarantino e Robert Rodríguez, o filme é uma grande brincadeira, propositadamente trash e bizarro. Onde ver: Prime Video, StarZ, Lionsgate+ e Now.

  • Friends (2000): ok, não é filme, mas me permitam essa trapaça de leve. Na sexta temporada da cultuada sitcom, Bruce Willis interpreta Paul, o pai de Elizabeth, uma das namoradas de Ross. Ele desaprova o relacionamento pela diferença de idade e também se envolve com Rachel. É, de longe, uma das melhores participações especiais da série, que, inclusive, rendeu um Emmy a Willis. O melhor é que o ator só topou o papel porque perdeu uma aposta para Matthew Perry, com quem fez o filme “Meu vizinho mafioso” naquele mesmo ano. Onde ver: HBO Max.

  • O quinto elemento (1997): no século 23, a Terra está prestes a ser destruída por um ser maligno e Willis, ou melhor, o taxista Korben Dallas precisa encontrar quatro pedras antigas que representam os elementos e colocá-las em torno de Leeloo (Milla Jovovich), o quinto elemento, que simboliza a perfeição, para salvar a humanidade. Clássico da ficção científica, divertidíssimo. Onde ver: indisponível em streamings oficiais atualmente. Que tal tirar a poeira do DVD ou Blu-Ray?

  • Olha quem está falando (1989): até usando apenas a voz Bruce Willis deu show. Nessa comédia, reprisada à exaustão na televisão durante as tardes, ouvimos os pensamentos do bebê Mikey enquanto interage com os adultos. Embora a dublagem seja marcante, a versão original, com a voz de Willis e seu timbre característico e inflexões que pendem pro cinismo é incomparável. O filme em si é bobinho, mas não deixa de divertir. Onde ver: HBO Max, Claro Video (para alugar) e Apple TV (para alugar).

  • Corpo Fechado (2000): único sobrevivente de um acidente de trem que matou 131 pessoas, o personagem de Willis é confrontado por um homem misterioso que tem a teoria de ele talvez possua superpoderes. Um filmaço que te deixa tenso do início ao fim, com direito a show de interpretação tanto de Willis quanto de Samuel L. Jackson. Onde ver: Star+.

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