
Entre bisturis e sarcasmo, “Dr. House” se tornou um dos maiores fenômenos da televisão dos anos 2000. Criada por David Shore e estrelada pelo britânico Hugh Laurie, a série estreou em 16 de novembro de 2004 nos Estados Unidos, pelo canal Fox, e rapidamente se consolidou como um dos dramas médicos mais populares da história da TV. No Brasil, a atração chegou em 2005, transmitida inicialmente pela Universal Channel, e depois exibida na TV Record em horário nobre, alcançando grande público também na TV aberta.
O médico que todos amavam odiar
O enigmático Dr. House, chefe do departamento de diagnóstico do fictício Hospital Princeton-Plainsboro, era um gênio da medicina com personalidade arrogante, comportamento misantrópico e dependência de analgésicos. O personagem conquistou uma legião de fãs ao combinar brilhantismo clínico e moral ambígua, transformando o sofrimento e a ironia em espetáculo dramático. Hugh Laurie, até então mais conhecido por papéis cômicos no Reino Unido, recebeu duas premiações do Globo de Ouro por sua atuação.
Sucesso de audiência e impacto cultural
Durante suas oito temporadas (2004–2012), Dr. House foi exibida em mais de 80 países, atingindo picos de 19 milhões de espectadores por episódio nos Estados Unidos. No Brasil, a série alcançou expressiva audiência tanto no canal pago quanto na TV aberta. Na Record, era exibida nas noites de quinta-feira, depois do programa Ídolos e antes do Jornal da Record, registrando médias de 8 a 10 pontos no Ibope — números considerados altos para uma série estrangeira na época.
Além do sucesso comercial, a série inspirou discussões éticas e científicas sobre o sistema de saúde, a relação médico-paciente e a fronteira entre empatia e pragmatismo. “Todo mundo mente”, o lema do protagonista, virou bordão popular e símbolo de uma nova geração de dramas médicos mais céticos e provocativos.
Curiosidades que marcaram a série
O nome Gregory House é uma homenagem direta a Sherlock Holmes: ambos moram no número 221B, tocam instrumentos (violão e violino) e resolvem casos complexos com lógica dedutiva.
O ator Hugh Laurie gravou as primeiras temporadas sem revelar aos produtores que era britânico — o sotaque americano impecável surpreendeu até o criador da série.
A banda Massive Attack assina o tema de abertura, “Teardrop”, um dos mais reconhecíveis da TV contemporânea.
A série recebeu nove prêmios Emmy e duas vitórias no Globo de Ouro, além de figurar por anos entre os programas mais pirateados do mundo.
O último episódio, exibido em 21 de maio de 2012, teve mais de 12 milhões de espectadores apenas nos EUA e foi transmitido simultaneamente em vários países, incluindo o Brasil.
Com sua mistura de drama, humor e filosofia, Dr. House transformou o ceticismo em arte televisiva e redefiniu o arquétipo do anti-herói moderno — um médico genial que curava corpos, mas revelava as feridas da alma humana.
Editado por Clayton Matos