Belém guarda em suas ruas e esquinas histórias de instituições educacionais que, embora não mais existam fisicamente, permanecem vivas na memória afetiva de gerações. Escolas que foram palco de amizades, aprendizados e momentos inesquecíveis, deixando marcas profundas na história da cidade.
Colégio Abraham Levy
O Colégio Abraham Levy foi fundado por Alice Nogueira, a primeira mulher a então presidir a Câmara Municipal de Belém e ter o título de primeira prefeita de Belém. O colégio funcionou por décadas na esquina da travessa Padre Eutíquio com a Rua dos Tamoios, próximo a praça Batista Campos.
O nome da escola era uma homenagem a um amigo falecido de Alice. Conhecido por sua abordagem que tinha fama de “passar todo mundo”, a escola era uma opção para alunos que enfrentavam dificuldades em outras instituições. Após a morte da fundadora, em 1992, o colégio tornou-se sede da Procuradoria Geral do Estado.
Colégio Rutherford
O Colégio Rutherford, localizado na rua Arcipreste Manoel Teodoro, era reconhecido por sua excelência acadêmica e por formar profissionais que se destacaram em diversas áreas. Após encerrar suas atividades, o prédio foi alugado para o Impacto, um cursinho preparatório, e posteriormente desativado.
Colégio Cearense
O Colégio Cearense, fundado pelo professor Antônio Rocha, iniciou suas atividades com foco no ensino de inglês e português, desenvolvendo uma técnica voltada para a conversação em uma “salinha” localizada na avenida Assis de Vasconcelos com a rua Senador Manoel Barata. Com o tempo, a escola ganhou notoriedade por sua preparação para vestibulares, tornando-se referência na cidade. Apesar de encerrar suas atividades por volta de 2006, o legado do Cearense permanece vivo na memória dos ex-alunos, carinhosamente chamados de “feras”.
Colégio do Carmo
O Colégio Salesiano Nossa Senhora do Carmo, localizado na Cidade Velha, ofereceu educação da infância ao ensino médio por 90 anos. A escola seguia a pedagogia de São João Bosco, focada na formação integral do estudante. Em 2020, devido aos impactos da pandemia de Covid-19 no mercado educacional, a instituição anunciou o encerramento de suas atividades. O espaço foi então repassado para a Comunidade Católica Sementes do Verbo, que atualmente utiliza o local para atividades religiosas e pastorais.
Colégio Lauro Sodré
Já a antiga escola que funcionava no prédio onde hoje está o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) em Belém era o Colégio Lauro Sodré. O Instituto Lauro Sodré, construído em estilo eclético com traços neoclássicos, remonta ao final do século XIX, quando a avenida Almirante Barroso ainda era chamada de avenida Tito Franco. Planejado em 1870 pelo então presidente da Província do Pará, Dr. João Alfredo Corrêa de Oliveira, o Instituto foi criado para oferecer instrução profissional a jovens do sexo masculino, especialmente órfãos ou em situação de pobreza.
O Legado do Instituto Lauro Sodré
Inaugurado em 1872 para 50 alunos, o Instituto cresceu rapidamente, chegando a 300 estudantes em 1893. Durante o governo de Lauro Sodré, em 1894, começaram as obras do novo prédio, inaugurado em 1899. Entre 1965 e 1966, passou a funcionar como escola regular, o Colégio Lauro Sodré, até que em 2000 um desabamento parcial levou ao remanejamento dos alunos para outra unidade.
Em 2005, o prédio histórico foi restaurado e adaptado para abrigar o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, preservando seu legado arquitetônico e histórico na cidade.
E você? Estudou em algum deles ou lembra de outra unidade que não citamos aqui?