A segunda derrota do Remo na Série B 2025, sábado, em Curitiba, não alterou muita coisa na posição do time na tabela de classificação, mas gerou uma saraivada de críticas e queixas da torcida, insatisfeita com as circunstâncias da partida – o Leão levou o segundo gol aos 45 do 2º tempo.
Parecia ter ocorrido uma catástrofe, se levadas em conta as furiosas reações na internet. Os tempos estão realmente mudados. Se a excelente campanha do Remo na Série B traz esperanças reais de acesso, provoca também um excesso de cobranças por parte do torcedor.
A paixão clubística muitas vezes obscurece a realidade. O fato é que o Campeonato Brasileiro é duríssimo, com várias equipes de níveis parecidos disputando o G4. Dos 20 clubes da Série B, pelo menos a metade tem chances reais de brigar pelo acesso. E o Remo é um deles.
Ninguém desconhece o grau de dificuldades, mas a caminhada bem-sucedida até aqui fez com que o Remo se tornasse refém das expectativas criadas. Invicto até a 10ª rodada, quando perdeu para o CRB fora de casa, o time tem sido mais cobrado à medida que avançou na competição.
Como o time começou a fazer a torcida sonhar, resultados negativos são rejeitados, mesmo que sejam normais, ainda mais jogando na casa de um adversário de histórico vitorioso em competições nacionais e internacionais. O Athletico é um time de Série A disputando a Série B e, por isso mesmo, cotado como um dos candidatos ao acesso.
Além de todas as credenciais do Furacão, o Remo contabiliza baixas (por lesões) que impactam o desempenho. Para começo de conversa, o time não conta com Jaderson, seu principal jogador na temporada passada. O meia se recupera de lesão grave sofrida no Re-Pa das finais do Parazão.
Entrou em campo na Arena da Baixada sem Felipe Vizeu, contundido, e sem os laterais Marcelinho e Sávio, peças essenciais no sistema de jogo praticado pelo time. Para complicar mais as coisas, Marcelo Rangel, um dos melhores goleiros da Série B, saiu contundido, assim como Klaus e Régis.
Sim, o Remo saiu na frente, com um gol de Adailton aos 50 segundos de bola rolando, finalizando a bela jogada iniciada por Pedro Castro. O desenrolar da partida favoreceu o Athletico, muito mais organizado e chegando a deter quase 80% de posse de bola.
O Leão segurou o 1º tempo, mas sucumbiu na fase final ao melhor desempenho técnico do adversário. Faz parte. Há quem reclame das mexidas feitas pelo auxiliar técnico Flávio Garcia, talvez esquecendo que ele é um interino, com todas as limitações que essa condição impõe.
Derrotas causam irritação e descontentamento sempre, mas deve-se entender que algumas derrotas são normais e previsíveis, na conta das dificuldades e do equilíbrio de forças do campeonato.
Oliveira dá início a uma nova era no Baenão
A partir desta segunda-feira, o Remo mergulha em uma nova era, sob o comando do português Antônio Oliveira. Dez dias depois da saída de Daniel Paulista, o clube comunicou no sábado a contratação do técnico, que será apresentado hoje. É um momento de incertezas para o time, que vinha explorando um esquema baseado em saídas velozes pelos lados.
Deu certo até aqui, mas há dúvida se Oliveira manterá esse sistema. No Corinthians e no Sport, seus últimos trabalhos, o técnico foi mais cauteloso, optando por times essencialmente marcadores. O pouco tempo que passou nesses clubes indica que o formato não deu certo.
Com salário acima dos padrões da Série B e problemas de relacionamento, principalmente no Sport, o nome de Oliveira não era unanimidade no Remo, que queria Maurício Barbieri, mas a opção por ele atende outra ambição azulina: trazer um técnico de Série A. O trabalho vai começar com uma prova de fogo: o clássico Re-Pa, no próximo sábado.
Copa começa com muitos gols e pouca emoção
O PSG fez o melhor jogo da rodada de domingo do Mundial de Clubes. Aplicou um 4 a 0 categórico no Atlético de Madrid, sem tomar conhecimento da tradição defensiva de Simeone. O vencedor da Liga dos Campeões provou que é, de fato, o melhor time europeu hoje, confirmando o favoritismo ao título mundial.
Primeiro time brasileiro a estrear (o Botafogo estrearia às 23h), o Palmeiras empatou em 0 a 0 com o Porto jogando bem e perdendo muitas chances. Bem armado, firme no bloqueio e atacando sempre, o time de Abel Ferreira demonstrou apetite para ir longe na competição, embora correndo por fora. Favoritos são os de sempre: Real Madrid, PSG, Bayern, Manchester City e Internazionale.
Impressionante também o abismo técnico entre o Bayern e o Auckland City, da Nova Zelândia, que resultou na humilhante histórica de 10 a 0, no TQL Stadium, de Cincinatti. A merecida vitória não torna maior o campeão alemão, mas empobrece a imagem deste Mundial. A abertura de vagas em excesso restringiu a qualidade, o que implica em diferenças técnicas abissais e permite a ocorrência de resultados espalhafatosos.
Só na primeira etapa o Bayern já vencia por 6 a 0. A chinelada superou a maior goleada da história do Mundial, o 6 a 1 do Al Hilal sobre o Al Jazira em 2021, ainda no velho formato. Contra os profissionais de primeiro nível do Bayern, o Auckland entrou com atletas amadores – vendedores, vendedores, estoquistas, guardas e mecânicos. Não havia como resistir.