SONHOS

Déjà Vu: O Mistério da sensação de já ter vivido o momento

Ainda não se sabe ao certo por que sonhamos ou de onde exatamente os sonhos surgem.

Ainda não se sabe ao certo por que sonhamos ou de onde exatamente os sonhos surgem. Especialistas sugerem que sonhar ajuda a consolidar memórias, analisar experiências e ensaiar situações do dia a dia.

A maioria dos sonhos acontece durante o sono REM (movimento rápido dos olhos), quando nossas ondas cerebrais estão quase tão ativas quanto no estado de vigília. Acredita-se que o tronco cerebral gera o sono REM, enquanto o prosencéfalo é responsável pelos sonhos. Se essa região for lesionada, a pessoa entra em sono REM, mas não sonha.

Pesquisas indicam que os sonhos derivam mais da nossa imaginação (memórias, pensamentos abstratos e desejos) do que da percepção sensorial. Todos sonham, mas algumas coisas simplesmente não aparecem nos sonhos. Confira três delas:

1. Celulares

Curiosamente, celulares quase nunca aparecem em sonhos. Um estudo do Psychology Today com 16 mil pessoas revelou que apenas 4% dos sonhos contêm celulares, apesar de sua presença constante na vida real.

Segundo Alice Robb, autora de Why We Dream: The Transformative Power of Our Nightly Journey, isso ocorre porque os sonhos estão enraizados em mecanismos cerebrais antigos. A “hipótese da simulação de ameaças” sugere que os sonhos preparam o indivíduo para lidar com situações de perigo, e celulares ainda não fazem parte desses instintos primordiais.

No entanto, quando celulares aparecem em sonhos, costumam estar associados a emoções intensas, como a dor.

2. Sentir cócegas

As cócegas são um mecanismo de defesa do corpo, geralmente associado às interações sociais e proteção contra ameaças. Algumas regiões do corpo são mais sensíveis devido às terminações nervosas, como pescoço e costelas.

Um estudo publicado na Frontiers in Human Neuroscience mostrou que mesmo sonhadores lúcidoss, que têm consciência de que estão sonhando e conseguem manipular seus sonhos, não conseguem sentir cócegas ou fazer cócegas em personagens oníricos. Isso sugere que o cérebro regula nossas reações sensoriais durante o sono.

3. Ler qualquer coisa

Ler em sonhos é algo extremamente raro. Segundo a psicóloga Deirdre Barrett, da Universidade de Harvard, isso acontece porque as áreas do cérebro responsáveis pela compreensão da linguagem ficam inativas durante o sono.

Essa inatividade também explica por que a linguagem falada nos sonhos costuma ser desconexa, com palavras inventadas ou frases sem sentido.

Uma exceção são os poetas, que mantêm uma relação mais fluida e criativa com a linguagem, tornando-se um dos poucos grupos que conseguem ler em sonhos com alguma consistência.