
O governador do Pará, Helder Barbalho, apresentou nesta terça-feira (15), durante o CNN Talks COP30, em Brasília, o conceito da “COP das Soluções”, destacando o avanço das obras estruturantes em Belém, o fortalecimento da bioeconomia e o pioneirismo das políticas de restauração florestal. Segundo ele, o Estado chega à conferência da ONU sobre o clima como exemplo concreto de conciliação entre crescimento econômico e preservação ambiental.
“Em um ano e meio, executamos cerca de R$ 5 bilhões em investimentos e hoje temos 98% das obras prontas. Belém está preparada para receber o maior evento diplomático do planeta e para mostrar que a Amazônia é símbolo de soluções e não apenas de problemas”, afirmou Helder.
Preparação de Belém para a COP30
O governador destacou que a preparação da capital vai além da infraestrutura física: representa um novo modelo de ocupação urbana e gestão ambiental. Entre as principais entregas estão a duplicação da operação do aeroporto, o sistema BRT Metropolitano, uma ponte de 600 metros ligando áreas estratégicas, a maior estação de tratamento de esgoto da história da cidade, 13 quilômetros de canais drenados e urbanizados, além de parques lineares que reorganizam o crescimento em torno dos rios.
“Estamos construindo um modelo de desenvolvimento que concilia produtividade e integridade ambiental. O Pará é hoje um dos poucos estados brasileiros com estoque real de carbono que pode ser transformado em economia verde e repartição justa de benefícios”, reforçou o governador.
Helder também citou políticas de commodities de baixas emissões, como a pecuária rastreável, que permite acompanhar o histórico individual dos animais, e a intensificação produtiva, que amplia a produtividade de uma para até três cabeças por hectare, evitando o desmatamento e consolidando a transição para uma economia de baixo carbono.
Bioeconomia e Inovação na Amazônia
Outro destaque da apresentação foi o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, inaugurado em Belém no início de outubro. O complexo, instalado no Porto Futuro, é o primeiro do mundo totalmente dedicado à bioeconomia e reúne laboratórios, maquinário industrial, startups e incubadoras voltadas à transformação de insumos da floresta em biotecnologia, cosméticos, fármacos e alimentos sustentáveis.
“Queremos fazer de Belém o grande cluster da nova economia verde — o ‘Vale do Silício da biodiversidade’. No lugar da extração, a bioindústria; no lugar da degradação, a restauração; e no lugar da dependência, a inovação”, afirmou Helder.
O governador também lembrou que o Pará foi o primeiro estado brasileiro a adotar uma concessão de restauração florestal, integrando a recuperação de áreas degradadas à geração de emprego e renda. Cadeias produtivas como cacau e açaí já transformam antigas áreas de desmatamento em polos sustentáveis. “A floresta viva precisa ser fonte de valor econômico. Estamos transformando conhecimento ancestral e tecnologia em ativos reais, com governança e rastreabilidade”, disse.
Amazônia como protagonista global
Encerrando sua participação, Helder Barbalho enfatizou que a COP30 será a primeira conferência climática sediada em uma floresta tropical e que o Pará chega ao evento com resultados concretos em mitigação, restauração e inovação produtiva.
“O Pará apresenta à ONU um modelo integrado de infraestrutura sustentável, uso inteligente do solo e economia verde baseada na floresta. A COP das Soluções começa em Belém, mas o impacto será global”, concluiu.
Editado por Luiz Octávio Lucas