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Confira os bastidores da COP 27 (1/11)

Foto: Ricardo Stuckert
Foto: Ricardo Stuckert

Por Gerson Nogueira e Carol Menezes

 

Cadeia de fruticultura das mais importantes para a economia do Pará, a cacauicultura coloca o Estado como o maior produtor nacional, com área plantada de aproximadamente 220 mil hectares e 51% do cacau produzido no país. Além do fator econômico, a atividade gera empregos que beneficiam mais de 50 mil famílias na região da Transamazônica. O êxito atraiu uma prática predatória: empresas produtoras de mudas de cacau de outros Estados importam mudas e propágulos de outras regiões, colocando em risco sanitário a cacauicultura paraense.

FORÇA-TAREFA

Segundo nota técnica da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e pela Embrapa, os clones precisam de um trabalho de adaptabilidade na região. Por esse motivo, instituições de defesa fitossanitária realizam uma força-tarefa na Transamazônica envolvendo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Adepará. A atuação desses órgãos mobiliza auditores federais e fiscais estaduais agropecuários, a fim de regularizar os viveiros de mudas e combater o comércio clandestino de materiais vinculados à cultura do cacau.

ALÍVIO

A operação de retirada dos golpistas que se concentravam em frente ao quartel do II BIS, na avenida Almirante Barroso, realizada ontem, trouxe alívio e até comemoração aos moradores da região. O direito de ir e vir estava sob risco desde o dia seguinte à eleição presidencial. Bolsonaristas radicais ameaçavam quem passasse com bandeira ou qualquer item na cor vermelha. Pessoas chegaram a ser agredidas e assaltadas. Foi a terceira operação de retirada de barracas, banheiros químicos e até camas. Pela forma rápida e contundente, não deu tempo para negociações ou protestos.

CIDADES

O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, participa do SmartCity Expo World Congress, evento realizado em Barcelona, na Espanha, com o objetivo de apresentar soluções tecnológicas inovadoras para ajudar no desenvolvimento de cidades do mundo. Edmilson integra a comitiva da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), da qual é o vice-presidente da Comissão de Cultura. “Queremos incluir a nossa cidade no circuito da inovação tecnológica para combater a fome, o analfabetismo, modernizar o sistema de coleta de resíduos sólidos”, explicou o prefeito.

TRANSIÇÃO

Novos nomes foram anunciados ontem como convidados a integrar a comissão de transição para o futuro governo Lula. Tatiana Sá fará parte da equipe que discute a agricultura. A deputada estadual eleita Lívia Duarte (Psol) participará do grupo de trabalho sobre igualdade racial. Claudio Alex, reitor do IFPA, será integrado à comissão de educação. Outros nomes também foram convocados na região do Baixo Amazonas: Socorro Pena, ex-secretária estadual de Pesca; e Raimunda Monteiro, ex-reitora da Ufopa.

PEDRA

O templo de Belém da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias será inaugurado no próximo domingo, 20, às 9h, na avenida Centenário, com o assentamento da “pedra fundamental” (principal), evento que marca a abertura oficial do templo para serviços sagrados. A cerimônia será realizada pelo líder mundial e membros do Quórum dos Doze apóstolos da Igreja, Élder Dale G. Renlund. Durante o ato, de modo simbólico, é cerrada a pedra, onde será instalada uma espécie de cápsula do tempo contendo itens que remetem à história da construção do edifício.

LINHA DIRETA

Entre uma agenda e outra ontem na Conferência do Clima, no Egito, Lula foi com a esposa Janja almoçar no Farsha Cafe, um recomendadíssimo restaurante local. À noite, ele se juntou a Helder e Daniela para jantar, mas em outro lugar.

A intensa movimentação que lotou o entorno do estande Brazil Climate Action Hub da Cop 27 por conta da rápida passagem de Janja, futura primeira-dama do país, na terça-feira (16), por lá fez com que participantes de outros países aparecessem curiosos para saber do que se tratava.

Em linhas gerais, o diálogo, quase sempre em inglês, consistia em “P: Quem está aí? / R: A primeira-dama eleita do Brasil / P: Mas é a que já está ou a que ainda vai assumir? / R: The good one (em tradução livre: a que é boa)”.

Tanto o Brazil Hub quanto o estande do Consórcio da Amazônia Legal permaneceram cheios de gente a maioria dos dias, e sempre com uma programação começando logo após a outra. O mesmo não se pode dizer do espaço montado pelo governo federal, vazio e sem quaisquer atividades para os participantes.

A exceção era um grupo de indígenas que circulava em volta, e que vez ou outra iniciava alguma dança com bastante barulho. Mas o comentário que corria era de que se tratava de pessoas pagas para se vestirem como indígenas e ficarem por ali, já que faziam falas em defesa do governo Bolsonaro a quem se aproximasse para conversar.

Os participantes que saíram da região Norte para ir à COP 27 viram a mistura do Brasil com Egito e também do Pará com o Egito: bastava escurecer para que os nossos conterrâneos carapanãs dessem as caras em Sharm-el-Sheik, e com o apetite de quem voou de um continente a outro.