Com o principal objetivo formar profissionais para o mercado de trabalho, o curso técnico é o caminho para quem busca emprego e ascensão na carreira, já que ele também dá base para uma formação de nível superior.
Pesquisa realizada entre 2021 e 2023, com ex-alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), principal instituição que forma para a indústria, mostra que, em média, 84,4% dos egressos no Brasil estão empregados em até um ano após a conclusão do curso. No Pará, o número é ainda melhor: em média, 91,2% dos egressos dos cursos técnicos do SENAI estão inseridos no mercado de trabalho.
No geral, em termos de Brasil, existem muitos cursos com índice superior a 90%. É o caso dos cursos técnicos em Mecânica (96,5%), Alimentos (95,2%), Mecânica de Manutenção (94,7%), Refrigeração e Climatização (94,5%), Eletromecânica (94,4%), Automação Industrial (93,2%), Fabricação Mecânica (93%), Eletrotécnica (92,7%), Soldagem (91,3%) e Manutenção de Máquinas Industriais (90,6%). Ainda segundo a pesquisa, há um incremento de 25% na renda dos profissionais após formados. A renda média salarial dos egressos de nível técnico é de 2,3 salários-mínimos.
No caso de Mayro de Abreu, recém-formado no curso técnico em Mecânica Industrial do SENAI Getúlio Vargas, em Belém, a vaga de emprego veio antes mesmo dele finalizar a capacitação. Hoje ele atua nos serviços de manutenção de uma indústria do ramo de produtos alimentícios, atuando desde os serviços de reparo simples até os mais complexos, como restauração de bombas e redutores. Antes de decidir pelo ensino profissionalizante, Mayro trabalhava por conta própria, tinha uma papelaria.
Foi com o curso técnico, porém, que as melhores oportunidades de trabalho passaram a surgir. “Foi um replanejamento de vida, pois eu havia feito uma faculdade e não consegui emprego, e pela necessidade comecei a trabalhar por conta própria, e foi justamente por meio do curso técnico que as portas se abriram e eu pude me encontrar”, conta o mecânico industrial, de 29 anos.
Segundo o Diretor do SENAI Pará, Dário Lemos, outras áreas também se destacam em empregabilidade no estado. “A principal demanda é para o setor da Construção Civil, que precisará qualificar, em quatro anos, mais de 30 mil pessoas no Pará. Outros setores que se destacam pela alta demanda são os de Metalmecânica, Logística e Transporte, Alimentos e Bebidas, Eletroeletrônica, Madeira e Móveis, Automotiva, Telecomunicações e Tecnologia da Informação”, aponta o diretor.
Na edição 2021-2023 da pesquisa, 17,5 mil concluintes de cursos técnicos de nível médio responderam a fase 1. A fase 2, realizada de maio de 2022 a maio de 2023, abrangeu 5,8 mil ex-alunos; e a fase 3 ouviu 419 empresas que contrataram. “Essa demanda da indústria vem sendo bastante premente e o que o SENAI faz é identificar essas necessidades, qualificar as pessoas e dar possibilidade para que elas ocupem essas vagas de emprego no setor produtivo”, conclui Dário Lemos.