GERSON NOGUEIRA

Com justiça e empurrado pela torcida, Papão já é semifinalista

PSC passou pelo Capitão Poço na reabertura do Campeonato Paraense e início das quartas de final, na sexta-feira à noite, no Mangueirão

PSC passou pelo Capitão Poço na reabertura do Campeonato Paraense e início das quartas de final, na sexta-feira à noite, no Mangueirão
PSC passou pelo Capitão Poço na reabertura do Campeonato Paraense e início das quartas de final, na sexta-feira à noite, no Mangueirão. Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará

Com ampla maioria feminina nas arquibancadas, em função das gratuidades, o PSC passou pelo Capitão Poço na reabertura do Campeonato Paraense e início das quartas de final, na sexta-feira à noite, no Mangueirão. A vitória fez justiça ao bom desempenho dos bicolores no 1º tempo, mas não foi tão fácil como o placar de 2 a 0 faz crer.

Nos primeiros movimentos, empurrado pela torcida, o Papão foi para cima e arriscou seguidamente com finalizações de Rossi, Bryan Borges e Marlon, principalmente. O problema estava na mira descalibrada. Os chutes se repetiam, mas sempre longe do alvo.  

Apesar do amplo domínio nas ações de meio-campo, o time de Luizinho Lopes sentiu de novo a falta de um jogador mais criativo, capaz de organizar e imprimir agilidade à transição. Marlon entrou dedicado a essa tarefa, mas o cacoete de atacante não permitia que cuidasse da criação.

Matheus Vargas, que vem atuando como volante mais avançado, acabava mais centralizado, embora com lentidão excessiva na saída para o ataque. Recuado em boa parte do tempo, o Capitão Poço passou a ir à frente, principalmente através de Alexandre, Léo Pará, Rodrigo e Ju Alagoano.

Por volta dos 30 minutos, em três tentativas agudas, Capitão Poço quase abriu o placar, obrigando o goleiro Matheus Nogueira a fazer defesas arrojadas, salvando uma das bolas com os pés.   

O Papão saiu do susto com um contra-ataque rápido pela direita. Marlon foi lançado por Rossi, disputou com a zaga e tocou rasteiro entre as pernas do goleiro Daniel, abrindo finalmente o placar e levantando a torcida.

No 2º tempo, o PSC esteve a pique de marcar com Nicolas, que desviou bola na trave, e em chute forte de Jorge Benitez, que entrou nos minutos finais. Nos acréscimos, Rossi desviou de cabeça e fechou o placar. Deu mais trabalho do que o esperado, mas o Papão está na semifinal do campeonato.   

Estreias importantes no Leão contra o Santa

Uma estreia em campo e outra no comando técnico marcam a partida do Remo, neste domingo (17h), contra o Santa Rosa, no Mangueirão. O volante Caio Vinícius entra para compor o meio com Jaderson e Dener (ou Dodô) e Daniel Paulista dirige o time pela primeira vez.

A expectativa é grande, principalmente quanto ao técnico e ao sistema que começou a ser treinado na intertemporada em Barcarena. Daniel trocou o modelo de três zagueiros, praticado por Rodrigo Santana, por um 4-3-3 básico, com variação para o 4-1-4-1.

Apesar da interrupção do Parazão, a torcida não se lançou à compra de ingressos como fazia nos primeiros jogos do ano. A previsão é de um público em torno de 15 mil espectadores. Há uma visível desconfiança em relação ao time, depois das eliminações na Copa Verde e na Copa do Brasil.

Daniel e seus comandados têm, portanto, a imensa responsabilidade de resgatar as esperanças do Fenômeno Azul contra um Santa Rosa que vendeu caro a derrota na 1ª fase do campeonato.

Só Jorge Jesus pode enquadrar Neymar

Caso Jorge Jesus seja contratado para dirigir a Seleção Brasileira, em substituição a Dorival Júnior (demitido na sexta-feira, 28), a principal novidade pode ser o enquadramento de Neymar num regime mais profissional. Até hoje, como se sabe, o camisa 10 fez gato & sapato dos técnicos que o comandaram no escrete.

Desde Felipão em 2014, passando por Tite em 2018 e 2022 e chegando a Fernando Diniz e Dorival, o principal jogador brasileiro de sua geração se notabilizou pela baixa capacidade de entrega e a excessiva preocupação com diversões extracampo.

Não acho que jogadores de futebol precisam ter dedicação militar ao ofício, mas devem ter o empenho necessário para render o máximo possível. Neymar não demonstra essa disposição e, por essa razão, até hoje não conquistou um título importante com a camisa da Seleção.

Jorge Jesus é a bola de vez. Nome frequentemente especulado para o cargo, desta vez as condições são inteiramente favoráveis a ele, a começar pelo fato de que existem poucas alternativas disponíveis. Carlo Ancelotti, o preferido de Ednaldo Rodrigues, é um sonho cada vez mais distante.

O mister português, que venceu quase tudo à frente do Flamengo em 2019, tem o apoio da torcida e traz um perfil muito atraente aos olhos da CBF. Dono de pulso firme, tem fama de disciplinador e faz seus times jogarem sempre ofensivamente.  

A principal oposição à sua contratação, comenta-se, parte justamente de Neymar, com quem teve vários atritos no Al-Hilal. O jogador acabou desligado do clube por pressão de JJ, que o acusou de não se dedicar seriamente a jogar futebol. Alguém discordaria do técnico?

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 23h, na RBATV, com participações de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Em debate, a rodada das quartas de final do Parazão. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.