Notícias

Cerca de 154 mil pessoas participam hoje do Enem dos Concursos no Pará

As provas serão realizadas em 228 cidades em todas as unidades da federação.
As provas serão realizadas em 228 cidades em todas as unidades da federação. Foto: Marcelo Lélis/Ag. Pará

Após três meses de adiamento por conta das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, o Concurso Público Nacional Unificado, o “Enem dos Concursos”, maior processo seletivo da história do serviço público brasileiro, será finalmente realizado hoje. São mais de 2,1 milhões de inscritos para 6.640 vagas em 21 órgãos da administração pública federal. As provas serão realizadas em 228 cidades em todas as unidades da federação.

No total 154.195 candidatos se inscreveram no certame no Pará e realizarão as provas em 17 municípios: Altamira, Ananindeua, Belém, Belém, Bragança, Breves, Cametá, Itaituba, Marabá, Monte Alegre, Oriximiná, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Santana do Araguaia, Santarém, São Félix do Xingu e Tucuruí.

De acordo com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), organizador do certame, o total de inscritos confirmados é de 2.114.128. Desses, 1.118.404 são mulheres (52,9%) e 925.741 (47,1%) são homens. Com o adiamento do certame 31.050 pessoas desistiram do concurso e solicitaram o reembolso da taxa de inscrição. Do total de inscritos, 415.496 (19,65%) são negros, 43.926 (2,97%) são pessoas com deficiência (PCD’s) e 10.394 (0,49%) são indígenas. 

Os candidatos que moram em estados com fuso horário diferente do de Brasília devem ficar atentos ao relógio: no período matutino os portões serão abertos às 7h30 e fechados às 8h30, no horário de Brasília. No vespertino, os inscritos poderão entrar nos locais de provas a partir de 13h e os portões serão fechados pontualmente às 14h, conforme horário de Brasília. No Pará não há diferença de fuso e será respeitado o horário oficial de Brasília.

Em todo o país, o início da aplicação das provas no turno da manhã está marcado para 9h, no horário de Brasília, com duração de 2 horas e 30 minutos. Na parte da tarde, os candidatos começarão a fazer as provas às 14h30, e o tempo de duração é de 3 horas e 30 minutos.

Não será permitida a entrada de candidatos nem antes do horário de abertura dos portões, nem após o horário de fechamento e, por isso, recomenda aos candidatos chegar ao local das provas com pelo menos duas horas de antecedência para o início de cada turno de provas.

As 6.640 vagas são divididas por cargos com áreas de atuação governamental semelhantes, que foi denominado como bloco temático. Ao todo, são oito blocos temáticos. Em todos os blocos, os candidatos deverão responder a questões objetivas e também a uma prova discursiva.

Para cargos de nível médio (bloco 8) são 60 questões nas provas objetivas, cada uma com cinco alternativas (A; B; C; D; E) e uma única resposta correta. As questões estarão distribuídas assim: 15 questões de língua portuguesa; 15 de noções de direito; 15 de matemática de outras 15 de realidade brasileira. A prova discursiva para nível médio será uma redação que vale 100 pontos.

Já os cargos de nível superior, dos blocos 1 a 7, as provas objetivas terão de 70 questões de múltipla escolha, divididas entre 20 questões de conhecimentos gerais, de caráter eliminatório e classificatório, e mais 50 questões de conhecimentos específicos. Já a prova discursiva será específica por bloco temático e abordará o conteúdo relacionado à área de concorrência. Esta prova discursiva do concurso unificado também valerá 100 pontos.

 

 

Dicas importante para os “concurseiros”:

FOTO: Rodrigo Pinheiro/Agência Pará

 

Chegue com antecedência aos locais de prova

O MGI orienta verificar com antecedência o endereço, o tempo de deslocamento e meios de transporte para chegar ao local de aplicação das provas. Para consultar o local de prova, os candidatos devem acessar o site em que realizaram a inscrição e efetuar login utilizando os dados da conta do Gov.br, portal do governo federal. Na Área do Candidato, estará disponível o Cartão de Confirmação, que contém informações essenciais como o local de prova, número de inscrição, data, horário das provas e possíveis atendimentos especializados ou tratamento pelo nome social, caso tenham sido previamente solicitados.

 

Verifique todas as informações

É fundamental que os candidatos verifiquem se todas as informações estão corretas, especialmente o município escolhido no momento da inscrição. Caso haja algum erro ou se o local de aplicação da prova for muito distante da residência do candidato, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) recomenda que se entre em contato imediatamente com a Fundação Cesgranrio, organizadora do concurso, pelo telefone 0800 701 2028, para solicitar a correção necessária.

 

Não esqueça o Cartão de inscrição

Apesar de não ser obrigatório apresentar o cartão de confirmação de inscrição impresso, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos recomenda que o candidato leve o comprovante para facilitar a localização da sua sala de aplicação. O candidato não poderá fazer anotações no cartão ou mantê-lo sobre a mesa durante as provas.

 

Leve documento de identidade

É obrigatória a apresentação de um documento de identidade com foto. Cópias não serão aceitas, nem com autenticação. Em caso de documento em aplicativo digital, o candidato precisará acessar o aplicativo no momento da identificação. Não será aceito print da tela, por isso é importante ter o aplicativo já baixado no celular. Não serão aceitas cópias, mesmo que autenticadas, de documentos. Também não serão aceitos CPF, certidões de nascimento, Título de Eleitor (impresso e sem foto), carteiras de motorista (sem foto), carteiras de estudante, carteiras funcionais sem valor de identidade, Registro Administrativo de Nascimento Indígena (RANI) e documentos ilegíveis, não identificáveis e/ou rasurados. No caso dos documentos digitais (CNH digital, RG Digital e E-Título), conforme o edital, o candidato deverá acessar o aplicativo no momento da identificação que acontecerá na entrada da sala. Por isso, é importante que já tenha o aplicativo baixado no seu celular, para acessá-lo mesmo sem internet. Teste antes para se certificar que está funcionando corretamente, pois não serão aceitas fotografias do documento, mesmo que estejam na galeria do telefone.

 

Uso de canetas

Somente será permitido o uso de caneta preta fabricada em material transparente. A organização não fornecerá canetas. Também não será permitido que os candidatos se comuniquem durante as provas para pedir material emprestado. Por isso, recomenda-se levar uma caneta reserva.

 

Permanência nos locais de prova

Os candidatos deverão permanecer no local da prova por no mínimo duas horas, em ambos os turnos. Caso o candidato deixe a sala de provas em tempo inferior ao estabelecido no edital, será eliminado do concurso. Os inscritos receberão duas folhas, que poderão ser levadas para casa, para anotar as alternativas que irão colocar nas provas.

 

(Fonte: Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI)

 

 

Entenda os critérios do concurso

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) adotou um modelo de seleção inédito, semelhante ao do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em que os candidatos podem concorrer a diversos cargos e escolher a ordem de preferência, o que amplia as chances de aprovação. Além disso, o MGI formará um banco de candidatos aprovados em lista de espera, para futuras convocações.

Para cada um dos oito blocos temáticos será formado um banco de candidatos com o dobro do número de vagas imediatas do bloco. No total, serão mais de 13 mil classificados em todo o banco de candidatos. Serão considerados classificados aqueles que, após a soma das notas nas provas objetivas, discursivas e nas provas de títulos, estiverem classificados até o limite de duas vezes o número de vagas imediatas do bloco temático, com notas mais altas conforme o cargo e especialidade.

De acordo com o edital, serão levados em consideração os cargos e as especialidades com suas ordens de ranqueamento escolhidos na inscrição, além de levar em conta as vagas reservadas para negros, indígenas e pessoas com deficiência.

Quem inicialmente não tiver nota suficiente para passar, por exemplo, em sua primeira opção de cargo, sinalizada no momento da inscrição, poderá atingir a nota mínima para entrar no seu segundo cargo prioritário, mas ainda segue no banco de candidatos para a primeira opção e tem chance de ser chamado, posteriormente (ainda que assuma o cargo que foi sua segunda opção).

Quem for contratado para sua terceira vaga de preferência, por exemplo, pode se manter no banco de candidatos para a sua primeira e segunda vagas escolhidas como prioritárias no momento da inscrição, tendo chance de ser convocado para ocupar posições melhores que surjam futuramente, se atingir os pré-requisitos.

As novas convocações para cargos previstos no CPNU poderão ser feitas a cada seis meses ou conforme a necessidade e o fluxo de liberação e desocupação dos cargos. Também há a possibilidade das pessoas que estão no banco de candidatos em lista de espera serem chamadas a assumir vagas temporárias no serviço público federal. Caso o candidato assuma uma vaga temporária, ele seguirá no banco de candidatos, aguardando possíveis vagas efetivas, sem perder sua classificação.

 

Paraenses sonham alto com aprovação

Márcio Augusto Silva da Costa, 41, possui nível superior em Gestão da Tecnologia da Informação e atua como Gerente de Divisão em uma empresa pública estadual. Funcionário público há 20 anos, procura melhorias salariais e acredita que terá um salário melhor no serviço público federal.

Márcio é casado com Rafaela Gaspar Maciel Costa, 44, também funcionária pública estadual, há 17 anos.
Márcio é casado com Rafaela Gaspar Maciel Costa, 44, também funcionária pública estadual, há 17 anos.

Vai disputar vagas nas áreas de Analista de Planejamento, Gestão e Infraestrutura em Informações Geográficas e Estatísticas; Analista em Ciência e Tecnologia e Analista em Tecnologia da Informação para as cidades de Belém e Brasília. “Penso que não me preparei o suficiente, pois tenho que dividir meu tempo de estudos com o trabalho e isso me atrapalhou um pouco. Porém, como tenho bastante experiência profissional, acredito que isso possa ajudar na hora dos conhecimentos específicos da prova”.

Márcio é casado com Rafaela Gaspar Maciel Costa, 44, também funcionária pública estadual, há 17 anos. É formada em Gestão Pública e atua assistente administrativo. “Sou servidora efetiva do Estado de nível médio, agora estou tentando passar pra nível superior na área federal e aumentar minha renda”, diz.

Rafaela fará as provas no bloco temático 7 e concorrer em 9 cargos: Analista Administrativo, Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário, Analista em Ciência e Tecnologia, Analista Técnico -Administrativo, Analista de Planejamento, Gestão e Infraestrutura em Informações Geográficas e Estatísticas, Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e para Tecnologia em Informações Geográficas e Estatísticas. “Alguns cargos têm vaga em Belém. Outros só informam que a vaga é para as capitais, outros são pra Brasília”, diz.

Ela também diz não ter se preparado como deveria. “Até adquiri material pra estudar, mas a rotina diária pesada, acabou atrapalhando bastante. Acho que não tenho chance de passar. Mas vou fazer a prova pra conhecer esse novo modelo de concurso. Quem sabe no próximo consiga me preparar melhor”, avalia.

O engenheiro civil Ítalo Hugo Moraes Rabelo, 27, também atua na esfera pública estadual na sua área e diz que fará o concurso por uma série de fatores, como qualidade de vida, estabilidade financeira, segurança no emprego e benefícios que a carreira traz.

Ele diz que se inscreveu para vários cargos, por volta de 12, que se enquadram no seu bloco de atuação, o bloco 01, de infraestrutura, Exatas e Economia. “Me inscrevi para cargos no IBGE, Incra, Funai, AGU, Ministério da saúde, entre outros… Cada um espalhado por uma parte do Brasil, sendo uns em Brasília, outros no RJ e etc.”, coloca.

O engenheiro civil Ítalo Hugo Moraes Rabelo, 27, também atua na esfera pública estadual na sua área e diz que fará o concurso por uma série de fatores,
O engenheiro civil Ítalo Hugo Moraes Rabelo, 27, também atua na esfera pública estadual na sua área e diz que fará o concurso por uma série de fatores,

Ítalo não se define como um concurseiro clássico. “Me preparei do jeito que pude… Estudei por conteúdo gratuito na internet, conteúdo pago, mentorias e afins. Pra quem não tem o hábito como eu, ainda é difícil conciliar o trabalho, filhos, tarefas da casa com os estudos, mas treino pra melhorar. Pelo que eu estudei, creio que não vá fazer feio. Vou precisar também de um pouco de sorte”, acredita.