A goleada parecia improvável quando acabou o primeiro tempo, ontem, em Augusto Corrêa. O Remo havia passado maus pedaços nos 45 minutos iniciais. Marcelo Rangel defendeu dois chutes perigosos da entrada da área e a defesa mostrou fragilidade para conter o apenas esforçado ataque do Caeté. Tímido nas ações ofensivas, o Leão só levou perigo nos acréscimos. Dodô bateu falta e a bola foi no travessão do goleiro Léo.
O técnico Rodrigo Santana demonstrou incômodo com a atuação confusa do time, que não conseguia executar corretamente a saída rumo ao ataque. A marcação forte do Caeté, com Roger e Popó, neutralizava todas as tentativas azulinas. Dener, Jaderson e Pavani se atrapalhavam sempre que trocavam passes curtos.
Sem articulação, o ataque sofria de solidão e os alas pouco produziam porque o Caeté fechava os corredores laterais. Com as arquibancadas do estádio Estrelão lotadas de azulinos, o time nem podia alegar estranheza como visitante – afinal, o Caeté também jogava fora de seus domínios.
Depois que Ângelo e Negueba ameaçaram com disparos perigosos, bem defendidos por Marcelo Rangel, os temores azulinos se ampliaram. O Caeté adiantava a marcação e encontrava espaços para manobrar sobre o setor defensivo do Leão. Só aos 46 minutos o ataque deu o ar da graça. Dener avançou em contragolpe rápido e foi derrubado junto à área. Dodô fez bela cobrança, mas a bola bateu no travessão.
Veio a segunda etapa, com mudanças na equipe. Pedro Rocha substituiu Maxwell e passou a pressionar de forma aguda pelo lado esquerdo. Deu certo, principalmente porque o Caeté mexeu de uma só vez no meio-campo, trocando Popó, Diego e Talisson por Marcos, Kadu e Túlio.
Sem a mesma pegada no meio, o Caeté recuou suas linhas e o Remo cresceu, invertendo o panorama do início da partida. A mudança de panorama começou aos 17 minutos. Depois de um escanteio, a bola ficou viva na área até Dener tocar para o fundo do barbante.
Três minutos depois, Rocha tocou de cabeça para fazer o segundo gol, após cruzamento de Dodô. O lance foi validado após revisão do VAR.
O Remo seguia melhor, não encontrava muita resistência nos avanços e passou a ocupar o campo de defesa do Caeté. Rodrigo Santana substituiu Ytalo por Felipe Vizeu, Kadu por Marcelinho e Jaderson por Adailton.
Logo em seguida, Vizeu e Pedro Rocha desperdiçaram oportunidades claras para ampliar. O domínio azulino era amplo, até no aspecto físico. Aos 40’, lançado por Pavani, Rocha foi derrubado quando se preparava para finalizar na área. O pênalti foi marcado e Adailton fez 3 a 0.
Deu tempo ainda de sair o quarto gol. Cruzamento alto na área, bola rebatida e o zagueiro Lucão chegou batendo para as redes, fechando a goleada em 4 a 0. Uma atuação apenas razoável, mas suficiente para garantir a segunda goleada (9 gols em dois jogos) azulina no Parazão.
Papão toma gols, mas supera o Águia
A partida em Marabá foi intensa desde os primeiros movimentos. O Águia impunha o estilo habitual, com força e velocidade, mas pecando na troca de passes. O PSC aceitou a pressão, mas aos poucos foi avançando as linhas e criando boas situações a partir dos lados do campo, principalmente com o lateral-direito Bryan Borges. O gol de abertura, porém, nasceu pelo meio.
Leandro Vilela avançou até a meia-lua, de onde lançou um balãozinho para Borasi na esquerda do ataque. O argentino nem deixou a bola cair. Aparou de chapa, acertando o ângulo direito da trave de Axel Lopes, aos 16 minutos. O Águia seguiu buscando o ataque e chegou lá aos 27′, por meio de pênalti cometido por Bryan.
Jonata Bastos converteu e devolveu equilíbrio ao jogo. O PSC tinha dificuldades para guarnecer a defesa, sempre muito exposta no jogo aéreo. A insistência ofensiva, porém, precisa ser destacada. O time era sempre determinado na busca pelo gol. E o desempate veio aos 43′ pelos pés de Rossi, aproveitando cruzamento de Borasi, o melhor da partida.
O jogo estava terminando na primeira etapa quando o Águia encontrou um jeito de empatar novamente. Aos 46’, Bruno Limão cobrou falta em forma de cruzamento e a bola passou por todos na grande área, enganando o goleiro Matheus Nogueira. O empate parcial, no fim das contas, era justo.
Na segunda parte do confronto, prevaleceu a disposição e o melhor rendimento técnico do PSC. O Águia sentiu o desgaste e permitiu que os bicolores aumentassem a pressão. Aos 12 minutos, saiu o terceiro gol. Bryan lançou Rossi, que cruzou para Nicolas marcar (62º gol dele, 3º colocado na artilharia bicolor do século).
O time marabaense tentava reagir, mas faltava força para ameaçar a defensiva do PSC. O jogo foi ficando sob controle, Juninho e Marlon foram lançados e tornaram a movimentação ainda mais ágil. Aos 44’, Bryan cobrou falta e Quintana desviou de cabeça, marcando o quarto gol.
Desempenho satisfatório e excelente resultado fora de casa para o PSC.