FIQUE ESPERTO

Você tem Gatonet? Saiba os riscos e o que a PF está fazendo contra TV Box pirata

Segundo a PF, o grupo deve responder por contrabando, violação de direitos autorais, telecomunicações clandestinas e organização criminosa.

Entre as medidas cautelares judiciais de grande impacto, estão o bloqueio de até R$ 33 milhões, o sequestro de veículos e imóveis, e o bloqueio de sites utilizados para a venda dos aparelhos ilegais
Entre as medidas cautelares judiciais de grande impacto, estão o bloqueio de até R$ 33 milhões, o sequestro de veículos e imóveis, e o bloqueio de sites utilizados para a venda dos aparelhos ilegais

Uma sofisticada organização criminosa especializada na importação, distribuição e venda de aparelhos ilegais de IPTV, como TV Box e sistemas conhecidos como “Gatonet”, foi desarticulada na manhã desta terça-feira (29/7) durante a Operação Praedo, deflagrada pela Polícia Federal com o apoio de agentes da Anatel.

O grupo operava com logística transnacional, utilizando empresas de fachada e movimentando valores milionários. A ofensiva cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em Curitiba (8), Foz do Iguaçu (3) e Brasília (1). A Justiça Federal também determinou o bloqueio de até R$ 33 milhões em bens, o sequestro de imóveis e veículos e o bloqueio de sites usados para a venda dos aparelhos ilegais.

Esquema estruturado e operação milionária

As investigações começaram após uma denúncia feita por uma entidade do setor de telecomunicações, alertando para a venda ilegal de dispositivos capazes de acessar sinais pagos de TV e streaming. A PF identificou que um casal, com base em Curitiba, administrava um dos principais sites envolvidos, ocultando os lucros por meio de empresas de fachada.

Outros familiares também integravam a organização, que contava com uma divisão clara de funções entre importadores, operadores logísticos, intermediários financeiros e comerciantes digitais. O material era trazido ilegalmente do Paraguai, via Foz do Iguaçu, sem recolhimento de impostos e sem homologação da Anatel, o que configura crime de contrabando.

Foram identificadas movimentações financeiras incompatíveis com os rendimentos dos investigados. Apenas um dos casais apresentou sinais de enriquecimento ilícito de cerca de R$ 5 milhões, com aquisição de imóveis, veículos de luxo e artigos de alto valor.

Riscos, crimes e prejuízo ao setor audiovisual

Segundo a PF, o grupo deve responder por contrabando, violação de direitos autorais, telecomunicações clandestinas e organização criminosa. Os dispositivos permitiam acesso irregular a conteúdos pagos, prejudicando diretamente empresas de mídia e streaming, além da economia formal.

A Anatel, que participou da operação com quatro agentes de fiscalização, identificou e apreendeu 140 equipamentos ilegais de TV Box. O valor estimado das mercadorias é de R$ 125.860. Entre os modelos confiscados estão UniTv, Red Pro3, BTV, Platinum e Pulse.

Anatel alerta para os riscos à segurança

O conselheiro Alexandre Freire, responsável pelo tema de combate à pirataria na Anatel, destacou que a operação reforça o recado à sociedade: equipamentos não homologados são ilegais e perigosos. “Esses aparelhos alimentam esquemas criminosos e expõem o consumidor a riscos como vazamentos de dados, mau funcionamento e interferências em redes de telecomunicações”, alertou.

Já a superintendente de fiscalização da Anatel, Gesiléa Fonseca Teles, classificou a operação como um marco no combate à pirataria digital, e elogiou a integração entre os órgãos públicos. “Proteger o consumidor e a economia legal é prioridade”, afirmou.

A Anatel continua monitorando o mercado e realiza fiscalizações em marketplaces, distribuidoras e importadoras, além de campanhas de conscientização sobre os riscos da pirataria.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.