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Vírus da pólio não circula no Pará, diz Sespa

Vírus da pólio não circula no Pará, diz Sespa Vírus da pólio não circula no Pará, diz Sespa Vírus da pólio não circula no Pará, diz Sespa Vírus da pólio não circula no Pará, diz Sespa
Há quase uma semana em que foi lançada em Belém a 25ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, apenas 9,35%. Foto: Irene Ameida/Diário do Pará.
Há quase uma semana em que foi lançada em Belém a 25ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, apenas 9,35%. Foto: Irene Ameida/Diário do Pará.

Carol Menezes

ASecretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) está investigando um caso de paralisia flácida aguda que pode estar relacionada à vacinação inadequada e incompleta contra a poliomielite em uma criança de três anos, de Santo Antônio do Tauá, nordeste paraense. A pasta afirma que não há registro de circulação do vírus causador da doença no Pará.

O Ministério da Saúde divulgou nota reforçando que não há registro de circulação viral da poliomielite no Brasil e que uma equipe foi enviada ao Pará para investigar o caso. O governo federal vem sofrendo inúmeras críticas pelo baixo engajamento da população na campanha pela imunização contra a polio, que já chegou a ser de 95%, e hoje não alcança os 60%.

No Pará, a campanha pela vacinação vai até o fim deste mês, apesar de a campanha nacional ter sido encerrada em 30 de setembro, mesmo com os baixos índices de adesão registrados. A Prefeitura de Belém também segue com a campanha, e ontem mesmo realizou reunião de trabalho para traçar um plano de ação e o fluxo de atendimento na prevenção e controle da poliomielite na capital.

Entenda o caso – Na tarde de ontem, 6, um documento de comunicação de risco emitido pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Pará (Cievs/PA), unidade componente da Rede Nacional de Monitoramento e Respostas às Emergências em Saúde Pública, circulou pelas redes sociais informando “detecção do vírus da poliomielite (SABIN LIKE 3) no estado do Pará” no dia 5, quarta-feira.

Também o Instituto Evandro Chagas (IEC) confirmou na quinta-feira que recebeu da Sespa amostra de fezes de uma criança de três anos para pesquisa de Poliovírus, cuja testagem resultou positivo no dia 4. Ainda segundo a Secretaria de Saúde outros diagnósticos seguem em investigação e a criança recebe toda a assistência.

No fim da noite de ontem, o IEC emitiu novo comunicado confirmando que não se trata de poliomielite, mas de um caso atribuído à Vacina Oral Poliomielite (VOP).

Na caderneta de vacinação da criança não consta registro de vacina inativada poliomielite (VIP), que deve ser administrada anteriormente à VOP. “Em geral, a VOP é bem tolerada, e muito raramente está associada a algum evento adverso grave. Destaca-se que o risco de paralisia flácida aguda com a VOP é muito raro e que quando a VOP é aplicada como reforço após o esquema básico com a vacina VIP esse risco é praticamente nulo”, detalha a nota do Instituto.

ESTRATÉGIAS

IEC, Sespa, Organização Pan-Americana da Saúde e técnicos do Ministério da Saúde se reuniram ontem mesmo para discussão e elaboração de estratégias de fortalecimento das coberturas vacinais no estado e acompanhamento da criança.

A paralisia flácida aguda (PFA) é uma síndrome clínica que em alguns casos traz sintomas como fraqueza nas pernas e dificuldade motora. A criança foi atendida ambulatorialmente, não chegou a ser internada, evoluindo bem com recuperação da força muscular e permanece com discreta claudicação (dor nas pernas por pouco fluxo de sangue) na parte de baixo da perna esquerda.

Como se trata de uma suspeita relacionada a vacinação incompleta – a criança teria apenas duas doses administradas -, a Sespa ressalta que o caso não altera o cenário epidemiológico anterior e o Brasil segue com a certificação de erradicação da doença e destaca a importância de manter o calendário vacinal atualizado para a proteção contra a doença.

O Programa Nacional de Imunização (PNI) recomenda que a vacina inativada, em forma de injeção, deve ser aplicada aos dois, quatro e ses meses de idade do bebê. A vacina via oral (em gotinhas), que serve como reforço, deve ser dada entre os 15 e 18 meses e novamente aos cinco anos de idade.