Em um movimento que reconfigura o tabuleiro político em Brasília, o União Brasil e o Progressistas (PP) anunciaram nesta terça, 29, o rompimento institucional com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A decisão inclui a devolução dos ministérios do Turismo e do Esporte, que haviam sido entregues às duas legendas como parte da aliança costurada no início da gestão. Ainda não está definido se os ministros Celso Sabino (Turismo) , filiado ao União, e André Fufuca (Esporte), do PP, vão entregar seus cargos de imediato. O paraense Celso Sabino, passou o dia trabalhando normalmente no Ministério do Turismo e não sinalizou disposição em entregar o cargo.
Nos bastidores, há rumores de que, caso os ministros não entreguem a pasta, podem ser expulsos dos partidos que agora formam a federação União Progressista (UPB), formada por União Brasil e PP.
No governo federal, não há ainda informações sobre a substituição ou não dos nomes que ocupam as duas pastas. Nos próximos dias, o governo terá de decidir se substitui os nomes ou se tenta manter os quadros no primeiro escalão, mesmo diante da posição oficial dos partidos.
Apesar da saída formal, dirigentes dos dois partidos ressaltam que não se trata de um afastamento completo. A expectativa é de que os partidos mantenham indicações em postos estratégicos, como Caixa Econômica Federal, Ministério das Comunicações e Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Nos bastidores, o movimento tem sido descrito como um “rompimento institucional, mas não operacional”, sem romper totalmente os canais de diálogo.
A decisão ocorre em paralelo à criação da federação União Progressista (UPB), formada por União Brasil e PP, que pretende disputar as eleições de 2026 com a maior bancada do Congresso Nacional. A federação já havia sido oficializada em abril, mas só agora ganhou contornos práticos com o distanciamento do Planalto. A avaliação de lideranças é que permanecer vinculados ao governo poderia desgastar a imagem do novo bloco, que pretende atrair siglas menores do campo de centro-direita.
No Palácio do Planalto, a ruptura é vista com cautela. Embora a perda formal de dois ministérios represente um revés político, o governo conta com a possibilidade de seguir dialogando com a federação em votações estratégicas no Congresso.