PRESSÃO TOTAL

União Brasil dá ultimato para Celso Sabino deixar ministério

Celso Sabino resiste e aposta no Ministério do Turismo como palco político, especialmente sendo a COP em Belém.

 Foto: Reprodução/ Joédson Alves/Agência Brasil
Foto: Reprodução/ Joédson Alves/Agência Brasil

A cúpula do União Brasil fixou prazo até essa terça, 7,  para que o ministro Celso Sabino deixe o cargo de Turismo. Se isso não ocorrer, haverá reunião na quarta, 8, para votar um parecer que pode levar à sua expulsão. Celso Sabino resiste e aposta no Ministério do Turismo como palco político, especialmente tendo a COP de Belém — evento de repercussão internacional no Pará, seu reduto eleitoral — como vitrine para sua candidatura.

Enquanto isso, nos bastidores da Câmara dos Deputados há um rumor sobre um possível ensaio em busca de uma trégua entre o União Brasil e o governo federal. O foco é manter, até o final do ano, os ministros do Turismo, Celso Sabino, que é deputado federal eleito pelo Pará, e o dos Esportes, o médico maranhense André Fufuca. Circulam pelos corredores do Congresso que há vários emissários trabalhando nesta missão, tanto por parte do Planalto quanto do próprio União Brasil, que têm integrantes que concordam que o partido só tem a perder se deixar os dois ministérios.

O blog do jornalista Caio Junqueira, da CNN Brasil, publicou na manhã desta segunda, 6, a confirmação dessas tratativas, que estão sendo trabalhadas por várias mãos, entre elas, a da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que confirmou uma conversa com o presidente da Federação União Progressista, Antônio Rueda formada pelo União Brasil e o PP.

Trégua entre União Brasil e Governo Federal

As conversas envolvem também outras lideranças dos dois partidos e defendem a permanência dos ministros. “Foi uma conversa na política, sobre governo e base aliada. O presidente Lula gostaria que os dois ficassem. Vamos ver o que dizem os partidos. A composição do governo objetiva a governabilidade e se pudermos nos entender eleitoralmente, ainda que em alguns estados, seria bom”, disse Hoffmann à CNN Brasil.

Além da intervenção de interlocutores, o próprio presidente Lula tratou diretamente do impasse com o líder do PP na Câmara, deputado Luizinho (RJ).

Outros emissários do Planalto também foram mobilizados para conversar com a cúpula da federação, em busca de uma trégua que assegure a permanência dos ministros nas pastas envolvidas. Dentre esses articuladores estão o presidente do PT, Edinho Silva, e o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, ambos encarregados de procurar Antonio Rueda, presidente da federação União Brasil-PP, para negociar um armistício político.

Argumentos e Projeções Futuras

Segundo fontes próximas ao processo, os governistas vêm utilizando dois argumentos centrais: o primeiro diz respeito à projeção eleitoral futura, uma vez que o presidente Lula, segundo as últimas pesquisas, tem chances reais de vitória em 2026, o que abriria espaço para negociações e composições regionais onde os palanques estaduais podem acomodar interesses diversos.

Outro argumento é o de que é necessário estancar a escalada da crise, que poderia gerar  um desgaste mais profundo com o conflito político entre os partidos, com danos recíprocos, lembrando casos históricos de rupturas entre aliados.