PROTESTO

Tragédia em barragem da Vale: Ato cobra Justiça e lembra 272 mortos em Brumadinho (MG)

Justiça ainda não julgou os acusados pelos crimes contra a vida e cobram a responsabilização da Vale.

O diretor da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) Daniel Maeda votou nesta terça-feira (1°) pela condenação do ex-diretor de Ferrosos da Vale, Peter Poppinga, a multa de R$ 27 milhões por responsabilidade sobre a tragédia de Brumadinho (MG), que deixou 272 mortos em janeiro de 2019. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O diretor da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) Daniel Maeda votou nesta terça-feira (1°) pela condenação do ex-diretor de Ferrosos da Vale, Peter Poppinga, a multa de R$ 27 milhões por responsabilidade sobre a tragédia de Brumadinho (MG), que deixou 272 mortos em janeiro de 2019. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho (AVABRUM) irá realizar no próximo domingo (25/08), a partir das 12h, no letreiro da entrada de Brumadinho (MG), o 65° ato por justiça, encontro pelas três vítimas ainda não localizadas, memória, direitos dos familiares das 272 pessoas que morreram na tragédia do dia 25 de janeiro de 2019.

Passados 5 anos e 7 meses do colapso, a Justiça ainda não julgou os acusados pelos crimes contra a vida e cobram a responsabilização da Vale.

“A impunidade perpetua o crime. São mais de dois mil dias sem nossos entes queridos, enquanto os responsáveis seguem impunes. Isso nos entristece e envergonha o Brasil. Por isso, continuamos a denunciar em todos os espaços a importância de que o julgamento dos réus do caso Brumadinho avance e que todos os responsáveis sejam punidos pela justiça por essa tragédia criminosa”, declara a diretoria da AVABRUM.

Quem eram as vítimas

As vítimas eram funcionárias da Vale e trabalhadores terceirizados na barragem Mina Córrego do Feijão. Em 2020, o Ministério Público de Minas Gerais apresentou uma denúncia contra o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, e outros 15 executivos e funcionários da mineradora e da empresa alemã de consultoria Tüv Süd. Eles foram acusados de homicídio doloso duplamente qualificado e crimes ambientais.

A representação do Ministério Público foi aceita pela Justiça estadual. Mas, em outubro de 2021, uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) anulou a denúncia, alegando que a competência para julgamento do rompimento da barragem é da Justiça Federal em Minas Gerais.

Em 2021, um estudo apontou que uma perfuração feita pela Vale na barragem no dia da tragédia pode ter causado o rompimento. Segundo a própria empresa, a ação tinha como objetivo exatamente instalar equipamentos que permitissem uma leitura mais detalhada do nível de água no interior da represa.

Todos os acusados negam que tenham cometido qualquer irregularidade. Em março de 2019, durante participação na CPI aberta pelo senado para investigar as causas da tragédia, Schvartsman disse jamais ter sido informado pela diretoria da empresa sobre qualquer problema com a barragem da mineradora na cidade.