
O número de casos suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol no Brasil subiu de 113 para 127 neste sábado, 4, informou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Os dados foram repassados por estados e municípios ao Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional (CIEVS).
Até o momento, 11 casos foram confirmados laboratorialmente. A maioria das notificações está concentrada em São Paulo, e as investigações apontam que os casos estão ligados ao consumo de bebidas destiladas adulteradas, como cachaças e aguardentes produzidos sem controle sanitário.
Segundo o ministro, 12 estados já notificaram pelo menos um caso suspeito. Entre as ocorrências, há 12 mortes: uma confirmada em São Paulo e 11 em investigação — sendo oito em São Paulo, uma em Pernambuco, uma na Bahia e uma no Mato Grosso do Sul.
AQUISIÇÃO DE ANTÍDOTO
Diante do aumento das notificações, o Ministério da Saúde anunciou a aquisição e distribuição do antídoto para intoxicação por metanol para os estados com registros de casos. O medicamento é essencial para bloquear os efeitos tóxicos da substância no organismo e pode salvar vidas quando administrado precocemente.
“Estamos garantindo que os estados tenham acesso ao antídoto e reforçando o alerta para que a população evite bebidas destiladas de procedência duvidosa. Neste momento, a prevenção é a melhor medida”, destacou Alexandre Padilha.
O antídoto adquirido pelo Ministério da Saúde para tratar a intoxicação por metanol começou a ser distribuído neste fim de semana aos estados com maior número de notificações — entre eles São Paulo, Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul, onde há mortes confirmadas ou em investigação.
Mecanismo de Ação do Fomepizol
O medicamento, conhecido como fomepizol, atua bloqueando a ação da enzima álcool desidrogenase, responsável por transformar o metanol em substâncias extremamente tóxicas, como o formaldeído e o ácido fórmico. Essas substâncias são as principais responsáveis por causar cegueira, insuficiência renal e danos cerebrais nas vítimas de envenenamento.
Ao inibir essa conversão metabólica, o fomepizol impede que o metanol cause os efeitos mais graves no organismo, permitindo que o corpo o elimine de forma mais segura e natural. O tratamento é feito por via intravenosa e deve ser iniciado o mais rápido possível após a exposição, idealmente nas primeiras horas.
LISTA EMERGENCIAL
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o medicamento foi incluído na lista emergencial de distribuição e está sendo enviado aos hospitais de referência em toxicologia e aos centros estaduais de vigilância em saúde. A pasta também acionou a Anvisa e a Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat) para monitorar a disponibilidade e o uso do antídoto em todo o país.
“O Brasil já dispõe do antídoto, que está sendo enviado às unidades com maior urgência. Nosso objetivo é garantir tratamento rápido e evitar novas mortes”, afirmou Padilha.