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Sobe para 173 o número de mortos nas enchentes do Rio Grande do Sul

Devido às cheias, muitos corpos foram encontrados embaixo da lama
Devido às cheias, muitos corpos foram encontrados embaixo da lama

Francisco Lima Neto/Folhapress

 

O número de pessoas mortas em decorrência das enchentes do Rio Grande do Sul chegou a 173 na tarde deste domingo (9), quando a Defesa Civil do estado confirmou mais um óbito na cidade de Roca Sales
Trata-se de uma pessoa ainda não identificada na cidade de Roca Sales, de acordo com o governo gaúcho.
Outras 38 pessoas seguem desaparecidas no estado em razão das enchentes.
O nível dos principais rios e lagos da região tem baixado gradativamente desde o começo do mês de junho e ficado abaixo da cota de inundação. O nível do lago Guaíba, por exemplo, estava em 2,89 metros, às 14h15 deste domingo, na Usina do Gasômetro, na região central de Porto Alegre.
A cota de inundação neste ponto de medição é de 3,6 metros. A cota de alerta no local é de 3,15 metros.
Após a água baixar na maior parte de Porto Alegre, muitas famílias saíram dos abrigos e retornaram para suas casas, tentando retomar a vida.
Mais de 460 municípios foram afetados pela tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul, que é comparada ao furacão Katrina, que em 2005 destruiu a região metropolitana de Nova Orleans, na Lousiana (EUA), atingiu outros quatro estados norte-americanos e causou mais de mil mortes.
Profissionais de saúde apontam semelhanças entre as duas tragédias, como falta de prevenção de desastres naturais e inexistência de uma coordenação centralizada de decisões. Colapso nos hospitais, dificuldade de equipes de saúde chegarem aos locais de trabalho e desabastecimento de medicamentos e outros insumos são outras semelhanças apontadas.
Neste momento, uma das principais dificuldades é o reconhecimento dos corpos encontrados. A maioria das vítimas vai precisar de exame de DNA para a identificação.
O médico legista e professor aposentado Nelson Massini afirma que a putrefação de corpos se desenvolve rapidamente com a umidade. Depois de uma semana, fazer a identificação por meio de impressão digital já se torna praticamente impossível.
Outra opção é usar a arcada dentária, por meio de radiografias. Quando nenhum dos dois métodos funciona, é preciso recorrer ao DNA, como deve acontecer no estado.
Outra dificuldade é o fato que muitos corpos foram encontrados embaixo da terra, o que também acelera a a putrefação.